Requiem pelo bom senso
Para musicar as glórias deste ano, (o campeonato, a vitória sobre o Sporting e nenhum presidente preso), vai usar um plantel muito variado. Diz-se que vai jogar num sistema quaternário com quatro sustenidos na defesa, quatro semi-fusas rápidas para ajudar no transporte da bola e dois bemóis, mais tecnicistas, para tentar bater a colcheia do adversário.
A arbitrar estará uma clave de dó de Setúbal, adjuvada por dois bequadros.
No banco, sem alinhar de início na sinfonia, sentar-se-ão uma semi-breve, duas fusas e uma semínima que se queixou de dores no ponto de aumentação, no último ensaio.
Nos primeiros 45 minutos, o andamento é lento, com muitas notas atiradas à barra de compasso. Uma primeira parte com os bequadros a terem um papel importante, ao anularem constantemente, as subidas de tom da equipa adversária.
Faz-se um intervalo de 2ª e a sinfonia retoma num ritmo mais allegretto.
Aos 75 minutos, o andamento torna-se mais grave com o metrónomo a não perdoar. Porém, aos 93 minutos, uma semi-fusa deixa-se cair na Ária e a clave de dó vai na Cantata, apontando imediatamente para a marca de suspensão.
A sinfonia termina em apoteose com a partitura toda em uníssono.
Além da Sinfonia do Benfica, o Maestro Vitorino d'Almeida está ainda a compôr um concerto para fagotes dedicado ao dominó, uma ópera de homenagem à sua bengala e um recital dedicado às bolachas Oreo.