quarta-feira, agosto 31, 2005
terça-feira, agosto 30, 2005
Fui ás Finanças, giroflé, girofla!
1ª etapa: fugir do "arruma" que me concede um lugar no parque de estacionamento.
Depois do carro estacionado dirigi-me ao interior para efectuar um pagamento de IVA por um serviço que prestei à Camara Municipal.
Mal entro, sinto-me logo em discordância com o aspecto do sitio. Acho a decoração má. Acho que a decoração das repartições publicas devia ser mais rustica para fazer jus ao serviço apresentado.
Falta lá um galinho de Barcelos aqui e ali espalhado, ou em crescendo de tamanhos. Falta uma simulação de uma mesa portuguesa, com umas morcelas e umas tripas à moda do porto em plástico, uma fruteira com modelos da melhor fruta de Alcobaça em cima de uma mesa coberta por uns naperons vermelhos e brancos aos quadrados. Ao lado, uma senhora a manufacturar tapetes de Arraiolos. Ah, já agora um oleiro a dar ao pedal (ao menos alguem dava ao pedal dentro da secção)! As senhoras do balcão deviam falar em português arcaico simpático em vez dos maus modos do português moderno. Assim, já dava mais gosto passar lá meia hora para fazer um simples pagamento.
Foi o que senti: Um arcaísmo, um atraso na funcionalidade do sistema que me faz compreender o estado do país e de como a burocracia nos atrasa tanto. Num simples exemplo.
O pagamento do serviço que prestei à camara (orgão do estado) foi me pago com IVA. No minuto seguinte tenho de ir devolver o IVA ao estado. Andei a passear o dinheiro. Burocracia. Mas esta até deve ter justificação plausivel. Lá fui eu direito ao balcão e digo que quero pagar o IVA de um recibo de acto isolado. Ela responde: "Muito bem, tem de adquirir o impresso XPTO que custa 50 centimos, preenchê-lo e em seguida entregar e efectuar o pagamento." Resumindo, tive de pagar para lhes pagar, que é interessantissimo. Comprei o impresso, estava a preenchê-lo quando a senhora me diz que tinha de me desviar do balcão, que tinha de atender o próximo cliente, que entretanto tinha entrado. Eu tinha o impresso quase terminado, disse que o entregava agora, quando ela me refere que a entrega do impresso e o pagamento tinha de ser efectuado no balcão ao lado. OK!!! Lá fui eu para o balcão ao lado para pagar. A senhora do balcão ao lado disse :"Então mas você ainda não preencheu o impresso"-
"Então o que é que falta?",perguntei. "TUDO!" disse ela, quando na verdade só faltavam 3 cruzes, todo o cabeçalho já estava preeenchido. Pedi-lhe que me ajudasse a completar o impresso. A senhora ainda se enganou a preencher uma das 3 cruzes, que corrigiu com tinta. Se fosse eu, tinha de comprar outro impresso concerteza. E assim concluí o pagamento.
Depois de tanto tempo, acho que deviamos equipar a repartição das finanças com adornos "à portuguesa" para que o ambiente fosse tão retardado como o serviço.
Seria concerteza mais fácil que qualquer operador de balcão nos preenchesse o impresso na hora, por via informática, usando a experiência do funcionário para esclarecer o cidadão e acelerar o processo de preenchimento, no fim o impresso seria imprimido e o pagamento seria efectuado.
Mas ainda funcionamos com o velho impresso de 1984 e o sistema de balcão em que uma senhora recebe e uma vende impressos... Que emprego tão giro...
-"Olha o que é que fazes?"
-"Olha, vendo impressos"!
-"E tu?"
-"Ah eu recebo pagamentos e emito recibos..."
Giroflé, giroflá...
segunda-feira, agosto 29, 2005
A coutada
São Pedro não se dá com imobiliárias. Aqui, não se pode construir (ainda), e se depender dos senhores desta coutada, nem construir, nem divertir, nem pôrra alguma. Antigamente, nas noites de Verão, o povo escorria até à praça para ver o seu concerto, a sua animaçãozinha. Os vendedores ambulantes despachavam sacadas de tremoços, pipocas e colares de pinhão, era possível beber uma cerveja num café à escolha, encontrar uma cara conhecida, ver famílias, pessoas de todas as idades a usufruir de São Pedro. Hoje, graças à embirração de alguns iluminados, só uma coisa parece proliferar. O Franchising da mediocridade no topo da subida para as piscinas. Hordas de adolescentes saídos de anúncios a iogurtes líquidos, empurrando-se para entrar no espaço mais exíguo. Na praça, só os cães deambulam, já nem os bêbados encontramos.
Apetece-me gritar com a cabeça debaixo da torneira da fonte. Apetece-me acordar a merda dos tios que tratam os filhos bebés por você. Estou pelos cabelos com esta gente de Alguidares-de-Baixo que um dia foi para Lisboa armar ao pingarelho e veio de lá afectada. São Pedro não é uma coutada, senhor doutor! Não é um casting para o Morangos com Açucar, senhor engenheiro. É um lugar da Marinha Grande, um lugar! Devolvam-no aos marinhenses já!
quinta-feira, agosto 25, 2005
Por um lugar na fila
Somos um país católico, ainda embevecido pela história da paixão de Cristo, sofredor até à medula, adepto de futebol que gosta de fado. A vida não parece fazer sentido se não doer e se doer, é porque estamos a bater a bota. Um drama até repararmos que conseguimos tirar dividendos disso. Quando temos chico-espertismo para o fazer, tudo vira Carnaval. Este país não tem personalidade, não tem coluna vertebral.
O sentido Cívico faz parte da Educação, ou se tem ou não, infelizmente não se aprende nas escolas. Outro problema na Educação.
Já o disse uma vez e digo-o de novo: Devia haver mais pessoas como a Liliana. Pelo menos há algo de que nos orgulhamos.
Os reincidentes
Começou por se falar em Anibal Cavaco Silva como candidato da ala direita do eleitorado capaz de reverter a situação desastrosa em que o consulado Durão/Santana a deixou. Seria um candidato unificador, sem dúvida. Mas Cavaco, como de costume, tem andado de tabu em tabu e por certo espera pelos resultados das próximas eleições autárquicas para tomar o pulso da conjuntura. Seria a segunda vez que tentava a entrada em Belém.
Na ala esquerda a coisa tem sido mais complicada. Falaram-se de diversos nomes do PS e até mesmo de Freitas do Amaral. Havia a possibilidade de Manuel Alegre ser o candidato no entanto esta candidatura verificou-se morta à nascença. Quanto a mim, é pena pois Manuel Alegre parece-me ser uma pessoa integra e de pensamento livre. Além disso que eu saiba nunca tivemos um presidente poeta e nesta sociedade cada vez mais tecnocrática a sensibilidade artística parece-me ser uma mais-valia.
Falou-se de Freitas do Amaral, a aquisição mais recente e sonante da esquerda portuguesa. Não deixa de ser curioso o facto de se tratar de uma deserção da direita para a esquerda quando o mais habitual é exactamente o contrário. Depois de ter lido diversos artigos dele pareceu-me ser uma pessoa lúcida.
Finalmente parece que o nome já foi escolhido: Mário Soares. O ex-presidente parece estar disponível para tentar o regresso a Belém e para um choque de titãs com Cavaco. Ora isto poderá ser um sério problema para parte do eleitorado de esquerda, como explicarei abaixo.
Finalmente à dias surgiu o primeiro candidato de peso e assumido para as eleições. O PCP nomeou o seu líder, Jerónimo de Sousa, para ir a votos. Eu até que simpatizo com este senhor no entanto tenho a certeza que seguindo a tradição do PCP dos ultimos anos irá desistir para dar os votos ao candidato do PS. Jerónimo de Sousa já o fez uma vez, por que não outra? Ora aqui é que a porca torce o rabo.
Lembro-me de há uns vinte anos da recepção de Mário Soares feita na nossa cidade não muito antes das eleições que o levariam à presidência. Na segunda volta das eleições, os comunistas foram obrigados a engolir um sapo do tamanho do mundo para evitar que Freitas do Amaral (na altura jogando à direita) fosse eleito. Os agressores tornaram-se seus apoiantes!
Correm agora o risco de voltar a engolir um sapo velho pela segunda vez. Poderia ser bem pior e muito irónico se o candidato fosse Freitas do Amaral. Em vez de engolirem um sapo iriam engolir todas as rãs, sapos e salamandras do território nacional. Sem qualquer tempero.
Senhores do PCP, por favor não brinquem com a democracia que dizem defender. Fica-vos mal e desrespeita o vosso património de lutas passadas. As candidaturas devem ser levadas até ao fim, salvo em excepções dignas de serem feitas. E evitar resultados desastrosos através do chamado voto útil não é um deles.
Por favor, não brinquem com a democracia que sinto cada vez mais a nostálgia de um poder musculado. A democracia está em vias de extinção.
Memor-Abílio: O acne
acne.jpg
Originally uploaded by Cão com Pulgas.
Aproveitando a onda do Papa Ratzi, do Japão®Cagão e do Ricardo...
As minhas borbulhas cheias de gosma. Que saudades.
quarta-feira, agosto 24, 2005
A escalada
Com a tua primeira mamada,
ficaste mulherzinha
e toda empinada.
Tornaste-te cooperativa
soubeste manter a posição,
nunca andas à deriva
não és mulher de um só coração.
Subiste a escada
da exposição social
começando no Topless
e ja andas na boca do jornal.
Será Farandol?
Será água oxigenada?
Se bem que isso agora
também não interessa nada...
Queres ser famosa
esperamos que não entres em paranóia
mas não penses que foges ao olho aguçado
do Colectivo P.O.I.A.
Memor-Abilio: Vasco Granja
Vasco Granja é uma personagem incontornável da minha (nossa?) geração. Todos nós certamente nos lembramos do seu excelente programa da RTP1 que era o "Animação". Com ele deliciámo-nos com os desenhos animados da Warner Bros., a Pantera Cor de Rosa, Mr. Magoo e tantos outros. E também não nos deveremos esquecer daqueles desenhos animados checoslovacos ou jugoslavos, então oportunidade única para os conhecer.
E agora vamos ver dos estúdios de Zagreb o filme feito de areia e sombras chinesas chamado "Trikska drujikska rozanská srbrenikscavic srlabská" que quer dizer "A Morsa".
Jantar-Convivio cancelado
Jantar-Convivio
Prometemos animação num ambiente exclusivo, máximo sigilo e asseio. Lá para as duas da manhã talvez a malta dê um salto ao Tachinho, quem sabe?
Aguardo respostas a este post.
terça-feira, agosto 23, 2005
Memor-Abilio: As Misteriosas Cidades de Ouro
http://stbaron.free.fr/cdo_generique.mp3
Entre as nossas recordações de infância encontra-se uma das melhores séries de desenhos animados que já por cá passaram. Naquele tempo limitavamo-nos a dois canais de televisão que talvez não nos servissem da melhor forma. No entanto séries da categoria d'"As Misteriosas Cidades de Ouro" ainda hoje são pérolas raras. Deixam saudades.
Quantos de nós não sonharam com aqueles povos há muito desaparecidos, tão diferentes de nós mas apesar de tudo tão iguais.
Vale a pena visitar http://stbaron.free.fr e curtam para aí.
O CDS teve uma ideia...
Somos sérios, não estamos aqui a enganar ninguém. Nem andamos nisto pelo dinheiro. Somos uma candidatura com ideias. Quando a gente se põe a ter ideias é um nunca mais acaba. Devemos pensar em grande e não podemos ter medo da iniciativa privada. Já falámos com um senhor que nos cede umas terras, o Amílcar tem um primo que anda no atletismo e depois somos todos simpáticos. Vamos propôr a Marinha Grande para organizar os Jogos Olímpicos de 2067!
Autódromos? Porque não as olimpíadas?
Esperança
funeral.gif
Originally uploaded by Cão com Pulgas.
Não é todos os dias que descobrimos a música que gostaríamos de ouvir no nosso funeral. Mórbido? Não. Funeral é o álbum mais bonito que tive o prazer de escutar em muitos anos. Os temas deste disco pregam-nos partidas, mexem com os nossos sentimentos e acabam sempre bem. Depois dos Arcade Fire tudo é possível. Morrer, ressuscitar e seguir em frente. Intenso.
Obrigado Edy.
segunda-feira, agosto 22, 2005
FESTIVAL PAREDES DE COURA
Excelente festival nem tenho palavras para o descrever.
Conselho:
Quem nunca foi, vá na próxima,quem foi, vá na próxima na mesma (se houver dinheiro!!!).
Momentos muito altos (porque altos foram todos) do Festival:
-Foo Fighters (poderoso)
-Arcade Fire (excelente revelação)
-Queens of the Stone Age (tocaram em casa, "partiram" aquilo tudo)
-Pixies (puro revivalismo, grande concerto)
-Nick Cave (Excelente Concerto do Sr. com direito a raridades ao vivo)
-Claro o grande momento do festival, quando a malta da Marinha Grande se juntava bela festa.....
DICTAVISEUR
Comparativo Salvadores de Pátria Ibéricos
Com a complicada conjuntura mundial dos anos 20-30 do século passado pulularam no mercado lançamentos para satisfazer a necessidade de salvadores da pátria que pudessem dar resposta aos problemas por resolver.
Assim um pouco por todo o lado surgiram ditadores fascistas ou pelo menos fascizantes que tinham como pontos em comum um chassis masculino e um equipamento deveras completo, nomeadamente dispondo de culto de personalidade, ideais conservadores, desrespeito pelos direitos humanos, belicismo e muitas vezes o apoio da religião dominante no seu país de origem.
No mercado ibérico os seus melhores representantes foram os modelos Portugal Salazar e España Franco os quais apesar de partilharem a filosofia vigente ficaram aquém dos topos de gama desta tendencia: o Italia Mussolini, o Nippon Hideki Tojo e principalmente o primus inter pares Deutschland Hitler.
O Salazar e o Franco partilhavam do mesmo chassis masculino e latino, no entanto enquanto o primeiro dispunha de um sóbrio design civil (com fato e gravata de série) o segundo tinha uma carroçaria militar derivada dos tempos da Guerra Civil Espanhola (1936-39).
O Salazar foi lançado inicialmente como ministro das finanças para mais tarde se tornar presidente do conselho. Ficou conhecido pelas suas boas prestações económicas e acima de tudo por ser verdadeiramente económico quer nos consumos urbanos quer nos consumos rurais o que lhe valeu a alcunha de Botas.
Por seu lado o Franco herdou um mercado em ruinas do qual só foi capaz de recuperar com o auxílio americano do pós-guerra. A partir de então as suas prestações económicas foram consideradas como um milagre.
Ao nível externo ambos se apoiaram mutuamente e o Franco tentou convencer Deutschland a fazer parte do Eixo, com pretenções sobre Gibraltar e o Norte de África. Tentou convencer mas não conseguiu apesar de ter recebido auxílio quer deste quer do Italia para se impor no mercado local. Seguiu-se a Segunda Guerra Mundial e tanto o Salazar como o Franco mantiveram-se neutrais apesar do segundo ter enviado voluntários para a Frente Leste.
Com o final da guerra viram-se ambos isolados. Os modelos fascizantes tornaram-se demodés no mercado europeu e foram progressivamente sendo substituidos por toda uma nova série de modelos vindos de leste. Seguiu-se o facelift quer no Franco quer no Salazar depurando os tiques ligados à estética fascista mas em ambos os casos tanto a base mecânica e a filosofia inerente mantiveram-se as mesmas.
Nos anos 60 enquanto o Franco experimentava um nítido bom desempenho económico o Salazar viu-se envolvido com a guerra nas colónias o que lhe impediu colher os frutos da bonança que se fazia sentir naquela época de prosperidade e petróleo barato. No entanto ambos modelos começaram a sofrer um certo desgaste no mercado que apesar de tudo não impediu que permanecessem em circulação por mais alguns anos.
Em 1968 Salazar sai de circulação devido a problemas de segurança. Pela mesma altura Franco apresenta o seu sucessor, o futuro rei. A Salazar sucede Portugal Caetano, um novo modelo que se apresentou ao mercado como uma mudança (a chamada Primavera Marcelista, segundo a publicidade de então) mas de facto a mudança foi pouca. O novo modelo acusava uma filosofia de mercado há muito gasta.
Franco saiu de circulação a 1 de Abril de 1975, o mesmo 1 de Abril em que anos antes tinha também saído do mercado o modelo España Primo de Rivera. Tinha sido um modelo de grande longevidade, 36 anos no mercado.
A sucessão deste modelo seguiu-se sem grandes traumas, no entanto à gama Estado Novo de Portugal (que durou até 1974) seguiu-se um periodo conturbado e incerto em relação ao rumo a tomar pela companhia. Portugal purgou quase todas as menções toponímicas em relação ao seu modelo mais caracteristico do século XX. España, pelo contrário, mantém numerosas menções um pouco por toda a parte do longevo Franco.
Não perca no próximo número:
Comparativo:
Ditadores canibais de África: Centrafrique Bokassa face a Uganda Idi Amin
Artigos:
Casamento de conviniência: ditadores apoiados pelas democracias ocidentais
Cuba Fidel, ditador todo-terreno
Dossier:
France Pétain, o francês de mecânica alemã
sábado, agosto 20, 2005
O verdadeiro Papa Doc
Sempre achei piada ao nome de um certo restaurante da nossa cidade.
Papa Doc, alcunha do senhor François Duvalier, foi o ditador do Haiti entre 1957 até à sua morte em 1971. Inicialmente eleito, tornou-se presidente vitalício em 1964.
Entre os seus grandes feitos contam-se purgas que causaram 30 000 mortes, o seu gosto pelo voodoo e a maldição que reclamava ter mandado ao presidente J.F. Kennedy depois de este o ter criticado em relação ao uso dos dinheiros de auxílio para o Haiti. Ficaria assim resolvido o mistério da morte de JFK.
Tenham um bom apetite.
sexta-feira, agosto 19, 2005
VOTA EM BRANCO - VEB
A Liga de clubes apoiada pela Comissao Nacional de Eleiçoes reserva-se no direito de bani-lo ao abrigo das novas leis anti-terroristas ratificadas pelo Estados Membros.
Correio Sentimental
singingpostman.jpg
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A Segurança Social está a enviar cartas aos beneficiários para que regularizem a sua situação. As ditas cartas são entregues em mão por um técnico especializado em fazer chorar as pedras da calçada. Esse técnico chama-se Paco Bandeira e veste-se de carteiro para arrancar as dívidas, as lágrimas e o escalpe dos devedores. Aqui o vemos com a sua guitarra.
quinta-feira, agosto 18, 2005
terça-feira, agosto 16, 2005
segunda-feira, agosto 15, 2005
Memorabilio - caricas
Quantos de nós em criança não terá feito colecção de caricas? Naquele tempo ainda não existiam os tazos ou outras coisas semelhantes com bonecadas japonesas. E as pistas de carrinhos telecomandados não estavam ao alcance de todos.
A malta divertia-se a fazer pistas no chão da escola ou na areia da praia em com perícia ou força dos dedos inventava Grandes Prémios e rallies de grande competividade. Roam-se de inveja Mario Andretti e Nikki Lauda.
domingo, agosto 14, 2005
Era uma vez um ArrastÃo
video
um 10 de junho com conspurcação mediática
duas versões:
acime
correio da manha
sexta-feira, agosto 12, 2005
Big Brother Jihad
Agora que o Verão lá vai acabando é de esperar que as cadeias de televisão renovem a sua programação.
Assim esperamos por uma nova versão do aclamado formato Big Brother que tanto sucesso tem tido pelo mundo fora.
A bem do sucesso perante as audiencias, sugiro o lançamento do Big Brother Jihad que poderá ser um ponto de união entre o público sórdido da nossa civilização ocidental (sempre à espera de ver sangue no pequeno ecrã) e de certo público muçulmano (ansiando a propagação dos seus ideais).
O Big Brother Jihad teria um funcionamento semelhante às edições anteriores mas adaptado à realidade do radicalismo islamico. Assim sendo os concorrentes seriam recrutados um pouco por todo o mundo e enviados para um campo de treino de terroristas algures (Yemen, Afeganistão, Arábia Saudita, Reino Unido, etc) onde receberiam treino militar e doutrinação para a guerra santa contra "O Grande Satã Americano e seus lacaios". Poderiamos assistir ao seu desempenho e votar na expulsão daqueles que não nos agradassem. A expulsão seria efectuada por meio de decapitação ou degolação ao nosso dispor através de video-amador.
Ao longo das semanas veriamos os concorrentes sobreviventes a planearem um atentado de grandes proporções contra vidas inocentes.
Finalmente o vencedor teria direito ao prémio de 72 virgens no Céu e um colete de dinamite para levar a cabo um atentado num local público muito frequentado.
Caros senhores da Endemol, o sucesso é garantido e vendo a ideia por um preço simpático.
segunda-feira, agosto 08, 2005
Paleolítico
Isto de estar de férias sem contacto com o mundo à nossa volta é como um agradável coma que nos mantem afastados das realidades.
Acerquei-me dos seguranças pensando em mais um massacre perpetrado pela ETA ou talvez mesmo pela Al-Qaeda, já imaginava que o dia-a-dia do Iraque se tinha transferido para os nossos lados. Perguntei-lhes o que se tinha passado.
Fiquei a saber que sua majestade o rei da Arábia Saudita, Fahd bin Abd-al Aziz as As'ud, tinha morrido no dia anterior e que tinha sido declarado luto nacional em Espanha.
O rei Fahd era já à algum tempo um autentico fóssil vivo, homem anacrónico armado com a fé em Alá e aviões de guerra americanos pagos com os petrodólares. No seu país vive-se num regime que é apenas pouco melhor que o dos Talibans no Afeganistão.
Dentro do museu vi com os meus olhos as réplicas de algumas das maiores obras de arte da Humanidade. Durante o Paleolítico uma mão anónima descreveu no teto de uma caverna o mundo que o rodeava, a caça e os animais que eram o seu sustento. Réplicas porque há já cerca de vinte anos que as verdadeiras gravuras estão apenas ao alcance dos estudiosos, para proteção da caverna de Altamira e do seu tesouro.
O que o artista anónimo de Altamira e o rei Fahd têm em comum é que são ambos homens do Paleolítico. Um devemos admirar, o outro não.
Rosa de Hiroshima
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atómica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
sexta-feira, agosto 05, 2005
L
Durante esta semana, a vida dos luxemburgueses vai ser marcada por momentos de grande felicidade, como um concerto de Nel Monteiro em Cantanhede. Lá para o fim da semana, prevêm-se mudanças radicais para os nativos deste signo, altura em pegarão nas vuátures e rumarão pela auto-rute, de volta para o país mais idiota que existe. O único lugar no mundo onde um português consegue ser produtivo.
Dor
Portugal está a extinguir a sua reserva florestal, a imolá-la pelo fogo e pela incompetência. Há uma semana que o ar está irrespirável em Lisboa. A juntar à poluição e ao calor abrasador, a cinza cai como neve sobre os carros e as mesas das esplanadas, tornando a vida insuportável. As pessoas abanam com a cabeça resignadas enquanto ouvem dizer que agora é em Mafra, agora é na Malveira, agora é na Arrábida. Quem é de fora diz que lhe arderam uns pinhais nas Beiras, na Serra, na terra. Eu não tenho pinhais, tenho o pinhal da minha terra que já pertenceu ao rei, ao Marquês e à fábrica. Hoje é de todos nós e se ele um dia se extinguir, como se de uma espécie de ser verde se tratasse, parte de mim vai com ele.
Está na altura de os amigos do pinhal se organizarem e em conjunto com as entidades competentes começarem a agir. A Circunscrição Florestal, o vestígio de um passado onde a floresta ainda contava alguma coisa, passou à história. Talvez fosse interessante redesenhar o mapa das florestas protuguesas para que o Pinhal de Leiria voltasse a ser uma competência nossa. Talvez ele possa ser classificado área protegida, parque natural, reserva de oxigénio. Talvez se possa fazer alguma coisa. Enquanto é tempo.
quinta-feira, agosto 04, 2005
Comunicação
O Caga-Sentenças está a oferecer serviços de sodomia a seco aos autores deste crime.
Os interessados deverão apresentar-se na nossa redacção com um print-screen deste post.
É so gente doida... falavamos nós de civismo e preservação do espaço...
Toma e embrulha...
quarta-feira, agosto 03, 2005
terça-feira, agosto 02, 2005
Reino Unido instaura o Verão Obrigatório
Londres
Originally uploaded by Cão com Pulgas.
No decorrer das investigações dos antentados em Londres, a Scotland Yard anunciou que vai impôr o Verão Obrigatório, a partir das zero horas de hoje.
A Rainha foi à BBC de manga curta e apelou à compreensão de todos Ingleses, que ainda não estão no Algarve, para que cumpram as ordens da polícia e saiam à rua de camisola de alças e top.
A Scotland Yard recomendou ainda a todos os cidadãos, provenientes de países onde o Verão não é uma merda, para que resistam ao frio e evitem gabardinas, parkas ou anoraks. O não cumprimento desta ordem, será interpretado como chiste de mau gosto sobre o ameno clima britânico e será prontamente punido com um tiro pelas costas.
A câmara dos lordes vai dar o exemplo nesta hora difícil para o Reino Unido e já combinaram ir todos de havaianas e saída de praia oferecidas pela Caras.
Agentes de tanga patrulharão as ruas à procura de prevaricadores.
Terroristas do dia:
Para amanhã, a Scotland Yard recomenda um indiano de mochila.
Até os comemos.
segunda-feira, agosto 01, 2005
O que nos calha na rifa.
Não consegui conter a risada. Epa, respeito as festas locais, compreendo que para muitos seja a salvação de todo um ano de monotonia, mas há coisas que me fazem comichão.
Pus me a pensar que estas festas têm liberdade total de fazer ruido, até à hora que o querem, sem impedimento nenhum, enquanto que se fosse um concerto de rock, ou de black metal nunca teria o previlégio de tocar numa colectividade, a esta hora, num dia tão sagrado como o Domingo. Fazer festas religiosas em nome da Nossa Sinhora que Leba o Canteiro à Fonte é bom, concerto de Panzer Frost é mau. Beber vinho até ficar com nariz de beterraba e dançar aos tombos com o rego do cu à mostra é bom, abanar o cabelo ao som dos Mortal Throne lançando todo um bafo de Pantene pela sala é mau.
Nestas festas como a das Figueiras não se vê a policia a cancelar e a interromper o concerto. Mais facilmente se vê o policia fora de serviço a emborcar bagaço como se tivessem anunciado há 5 minutos o fim da sua produção.
Não se vê o vizinho de robe e chinelos que acabou de chamar a policia, escandalizado, porque trabalha por turnos e quer dormir, não faz mal, é pela festa. Até vai à quermesse comprar uma rifa.
Quantas vezes já assistimos, ou não tocamos em concertos que foram terminados pela policia, sob queixa da vizinhança? Pessoas intolerantes à musica e à sua pratica pelos jovens. Eu sei que este tipo de exposição do problema que escrevo é estupido e tem contra argumentações faceis, mas fico realmente triste que não haja espaço para tudo. Tenho pena que ainda não sejamos civilizados o suficiente para tolerarmos nos nossos gostos, ou pelo menos que hajam condições para que todos tenham direito a se expressar. Tenho pena que ainda exista o preconceito de que o rock é igual a droga e que o metal é só sangue e visceras, pessoal bué de satânico e tal. Quem ainda pensa assim, é porque não conhece nenhum "metaleiro". Os "metaleiros" são dos gajos mais "pipis" que pode haver à face da terra, sempre com as suas preocupações capilares e apresentação cuidadosamente preta, habitualmente muito educados e com inteligência acima da média.
Há outra história real, bem engraçada de dois amigos da minha banda que residem na Vieira, que ensaiavam por volta das 18h00. Eram completemente odiados pela vizinhança, especialmente por um vizinho que tinha como hobby cortar lenha com a moto-serra por volta das 5 da manhã. Ora la está: Trabalhar com uma moto serra às 5 da manhã é bom, é trabalho, ensaio de uma banda rock às 6 da tarde é mau. Já cheguei mesmo ter a policia a interromper-nos o ensaio, dizendo que haviam vizinhos que não gostavam de nós, que tinhamos que parar, como se fossemos um gira discos que é so por no "off" quando não se gosta. Quanta falta de tolerância!
Tenho andado às turras com o civismo e com os hábitos de vida em Portugal. Fui há pouco tempo a um pais (Holanda) que me deixou estonteado pela maneira como tudo funciona, pelo respeito do espaço que é de todos, que existe para todos. Quando falo de espaço, falo de cor, religião, sexualidade, vicios, musica, modas, clubismo, partidarismo, etc...
Não me refiro à Holanda por querer ser igual aos holandeses, mas sim porque me preocupo com a falta excessiva de sentido civico dos portugueses, jovens inclusivé. Falta de noção de vida em sociedade e responsabilidade civica. Falta de cuidado pelo país e pelos outros com quem partilhamos o espaço. Falta de tolerância. Lembro-me da história do arrastão, quando se ve um negro de mochila na mão, pensa-se logo que foi roubada, como se os negros não tivessem direito a ter uma mochila. Na estrada é o que se vê, aceleras, buzinões e rezingões.
Quando é que vamos ter mais gente interessada em fazer melhor? Quantos anos demorará?
Quando é que nós nos juntamos? Quando é que nós realmente vamos a começar a fazer por nós? Quando é que vai caír o preconceito?
Não falo de boca cheia, eu próprio talvez pudesse fazer mais, como alguém dizia no blog da Garagem há dias: esta luta contra moinhos de vento deixa me triste...
Há muito mais por dizer em relação a estes assuntos que descrevi, agora deixo-vos a palavra...