Caga Sentenças

Todo o Português caga a sua sentença. Neste espaço venho deixar a minha poia.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Elogio ao filho da puta

Este homem estabeleceu no seu país a escolaridade gratuita e obrigatória até à universidade tendo ganho por isso um prémio da UNESCO.
Este homem apoiou as famílias com soldados mortos em combate.
Este homem criou o mais moderno sistema de saúde na região, o qual era gratuito.
Este homem distribuiu subsídios aos camponeses, deu-lhes terras para cultivar e supervisionou a modernização do campo com a sua mecanização.
Este homem mandou construir um grande número de infraestruturas e promoveu o desenvolvimento e diversificação da economia.
Mas apesar de não parecer, este homem foi um grande filho da puta. Nada disto foi mentira, no entanto a verdade torna-se mais agradável se não fôr toda dita.

domingo, agosto 20, 2006

Os Maduros

Como alguns já devem ter ouvido falar o sr. Zé Pedro dos Xutos formou um colectivo de musicos chamado "Maduros". Ora esta super-banda, é composta por membros ilustres da musica nacional (não estou a brincar). Dela fazem parte Alexandre Soares (ex GNR), Jorge Coelho (ex Zen), Pedro Gonçalves (dead combo), Fred (Yellow W van) e o grande Zé Pedro.
A estreia da banda estava reservada e guardada a 7 chaves para o festival Paredes de Coura. Ninguém tinha ouvido nada dos Maduros, nem na radio, nem na internet, muito provavelmente, nem a própria organização do festival ouviu nada, e esta, sem saber o que estava a fazer, e confiando na carreira do Zé Pedro, abriu a tampa ao tacho e enfiou a banda em "horário nobre" do ultimo dia do festival.
A expectativa era grande antes do concerto, porque o segredo que foi mantido à volta da banda gerava esse sentimento.
Zé Pedro e o colectivo de estrelas sobem ao palco, lançam os primeiros acordes pujantes, e tudo estava a correr bem até aos 15 segundos, quando o Zé Pedro chegou a boca ao microfone.
A partir daí amigos, ri à gargalhada, e embasbaquei incrédulo ao que ouvia.
Para que tenham uma noção do atentado que foi, as letras do Zé Pedro são algo como: "Aproveita a tua vida (...) não esperes pelos 40 (...) não penses muito no futuro, ou então... pensa!"
Resumindo, as canções dos Maduros, não passam de um livrinho de recados que o Zé Pedro quer passar às gerações vindouras. Não tarda muito, vi ter lugar nos Morangos com açucar a fazer um papel parecido com o avô cantigas. Não duvidem que até o avô cantigas tinha musicas bem mais interessantes.
Tive pena dos musicos que estavam com ele, mas perdi a pena toda, quando pensei que ninguém lhes apontou uma pistola à cabeça para ticar com o Zé Pedro, ou seja, eles fazem parte do grande tacho.
-Zé, se queres mesmo ajudar a juventude, sai do palco, dá lugar aos mais novos.
-Zé, hás de pesquisar um bocadinho sobre métrica, vais descobrir que compor uma canção não é so juntar 3 acordes e um texto por cima. Já devias saber isto, porra!!!
-Zé os maduros estão tão maduros, que estão podres.
-Zé, espero mesmo que este tenha sido o primeiro e ultimo concerto dos Maduros, a bem da vossa reputação.

sábado, agosto 19, 2006

Efeito borboleta



“O bater de asas de uma simples borboleta num extremo do globo terrestre pode provocar uma tormenta no outro extremo no espaço de tempo de semanas.” É assim que comummente que se descreve o efeito borboleta, parte da teoria do caos.
O efeito borboleta demonstra matematicamente a impossibilidade de efectuar previsões meteorológicas de extrema precisão, pois para além de os dados de alimentação serem infinitos, deveriam ser de uma precisão infinita tal como a memória de processamento de dados. Sendo impossível dispor de tal sistema é igualmente impossível efectuar uma previsão perfeita segundo estas bases.
Tal é possível aplicar a quase tudo o que se possa imaginar no quer respeita a previsão futurológicas, sejam elas as da astróloga Maya, as do psico-historiador Hari Seldon na série de ficção científica “Fundação” de Isaac Asimov ou qualquer previsão do que o futuro reserva quando uma nação impõe a sua vontade sobre outra. E é disto que eu hoje vos venho falar.


Irão, pós-Segunda Guerra Mundial: a toda-poderosa Anglo-Iranian Oil Company (AIOC), actual British Petroleum (BP) dominava a indústria petrolífera do país. Sendo a maior empresa no território o seu domínio pesava sobre o país, fazendo com que apenas 26% dos lucros ficassem em mãos iranianas. O próprio Xá da altura tinha sido levado ao poder por influência das Potências Aliadas durante a guerra, forçando à abdicação do anterior por simpatias para com os Nazis. O Irão era como que uma espécie de colónia britânica sem na realidade o ser.
A 15 de Março de 1951 o Majlis (parlamento) votou a nacionalização da indústria petrolífera após o fracasso de negociações que permitissem uma distribuição dos lucros mais vantajosa para o Irão. O primeiro-ministro Haj-Ali Razmara, que se opunha à nacionalização, acabou assassinado por um fundamentalista islâmico.
A 28 de Abril o Majlis elegia, com 79 votos a favor contra 12, Mohammed Mossadegh para o cargo de primeiro-ministro, o qual levou à prática a nacionalização. Os britânicos demonizaram Mossadegh e responderam com um bloqueio no Golfo Pérsico, para que fosse impedido que os “barcos piratas” transportassem “o petróleo vermelho”. Tal provocou uma crise económica no país. Mas, apesar de tudo, Mossadegh mantinha-se popular entre os iranianos, o qual implementou reformas levando ao fim de séculos de exploração feudal do campo substituindo-a por um sistema de agricultura colectiva e propriedade estatal dos terrenos, defendeu a liberdade de culto religioso e de afiliação politica, promoveu eleições livres e tribunais independentes e lutou pelos direitos das mulheres, dos camponeses e dos operários. A tais politicas opuseram-se numerosas vezes o Xá, os cléricos, os militares, os latifundiários e o Partido Tudeh (comunista) assim como os poderes estrangeiros.
Na altura os britânicos viviam o início do seu naufrágio colonial e negaram-se a negociar uma saída para a crise. Por falta de meios suficientes o governo de Sua Majestade viu-se obrigado a partilhar a conspiração para o derrube do primeiro-ministro nacionalista iraniano. A recém-criada CIA teve ao seu dispor um milhão de dólares para orquestrar o golpe, a Operação Ajax, tendo sido esta a primeira vez que os serviços secretos norte-americanos mexeram os cordelinhos para levar a cabo um golpe de estado. Os Estados Unidos estavam totalmente submersos na lógica do conflito geopolítico contra o comunismo e temiam que o Irão entrasse numa deriva sem rumo até ancorar na Praça Vermelha.
Faz hoje, 19 de Agosto, 53 anos que a CIA derrubou um governo de uma democracia emergente. O bater de asas da borboleta derrubou um obscuro governante hoje quase esquecido, mas que a revista Time elegeu como Pessoa do Ano 1951.
Inicialmente o golpe satisfez quer os poderes estrangeiros, quer os poderes locais. Por um lado britânicos e norte-americanos partilharam o petróleo iraniano, por outro o Xá Reza Pahlavi tornou-se o polícia do Golfo Pérsico defendendo os interesses dos seus aliados ocidentais e manteve um regime ditatorial que lhes foi fiel e que incluía a maior polícia politica do mundo fora dos países comunistas, a SAVAK. Nem as suas tentativas de modernização, a Revolução Branca, permitiram ao Xá lavar as suas mãos do sangue dos opositores. Isto levou ao crescimento de um sentimento anti-ocidental que culminou na Revolução Islâmica a qual instaurou a teocracia no Irão, um vez deposto Reza Pahlavi.
E como resultado o Irão dos ayatollahs apoiou movimentos terroristas islâmicos que ainda hoje tiram noites de sono aos mais poderosos do mundo. E agora temos também o programa nuclear iraniano a prometer que não vamos ficar por aqui.
Fica a advertência do risco de não medir as consequências de uma mudança de regime, seja por uma invasão seja por um golpe de estado encoberto. Uma lição a ter em conta também para o que se está a passar no Iraque. Quando a borboleta bate as suas asas não se sabe que vendavais levantam.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Hezbollah mata ovelha e deixa outra praticamente cega

Os ovinos que se encontravam a pastar, foram atingidos por um rocket lançado das montanhas, nos arredores de Haifa. Uma das ovelhas teve morta imediata, deixando uma cria ainda por desmamar, a outra está em estado grave e é possível que não torne a ver. O pastor escapou ileso por se encontrar num abrigo a assistir a um Bar Mizvah. Estas foram as últimas vítimas desta facção de sanguinários terroristas que não poupam ninguém. Israel voltou a bombardear um bairro de habitações social no Sul do Líbano. Morreram 32 civis, entre os quais 9 crianças, todos eles danos colaterais.

in Público

segunda-feira, agosto 14, 2006

Estamos a perder território

Fui passar uns dias ao Algarve, estive em Lagos, passei em Sagres e em Portimão, e fiquei aterrorizado. Este post é um desabafo mas ao mesmo tempo um apelo à comunidade internacional, nós portugueses estamos a perder território e nem sequer estamos a dar por ela. Aquela zona, em menos de 10 anos vai ser conquistada pelos ingleses.
Lagos é a fronteira Portugal/Nação Bife. De Lagos para Este tudo é estrangeirês, uma mistura ranhosa de várias facetas chungosas de vários países, nos bares vendem "pints" em vez de imperial, os pequenos almoços são de feijão e bacon, no lugar do nosso pãozinho com manteiga. Há salsicha alemã, Tandoori indiano, Pizza Bella Napoli e gelados da Vodafone.
A certa altura, quando estava em Portimão, precisei que me indicassem uma farmácia e apenas consegui uma explicação fracota de uma senhora inglêsa que trabalhava num café.
- "Ali, building, castanhe, frrente, but no medicaments!"- dizia a senhora
- "ok, também, ó precisamos de uns pensos rápidos e um desinfectante...-diziamos nós
- " Vocês falar, falar mas eu não percebe nada" resmungava ela.

Cheguei ao cumulo, não consigo explicar-me em português, EM PORTUGAL!

Depois, a machadada final. Passei pelo bar do Zézé Camarinha, na avenida principal de Portimão que me deixou naquele estado do "não sei se chore a rir, se chore a sério".



Destaco o shot "Put the Cream" e não perca a oportunidade de ver os Jogos da Sky Sports em ecrã gigante, enquanto um inglês lhe grita ao ouvido a o mesmo tempo que cospe com espuma de cerveja. Zézé Café, oh yé oh yé!!!

Casa Bandeira


Para quem achava que as bandeiras iam sair a seguir ao mundial...

Vi sereias em Budapeste

sexta-feira, agosto 11, 2006

Valentim Loureiro versus Mário Crespo

"oh sr. Mário Crespo, não me foda."
"sr. Major quantos são 1+1?"
"oh sr. Mário Crespo, e os frigoríficos? Não me fale de um caso ou dois de branquamento, isso são peanuts, eu sou um gajo do caralho, faça atenção!"

quinta-feira, agosto 10, 2006

Verão quente de 2006


O Líbano não vai ser desocupado por Israel porque as forças armadas libanesas não têm poder suficiente para dominar o seu próprio país.
Devo concordar, de facto o Líbano não é suficientemente poderoso para suster a invasão israelita.
Reconheço o direito de autodefesa de Israel, condeno todo o tipo de terrorismo, sou contra aqueles fascizoides muçulmanos.
Mas autodefesa não significa destruir um país, as suas infraestruturas e a sua população civil.

quarta-feira, agosto 09, 2006

DESCULPAS AO FRANZ!

Hoje comeca o tão esperado Sziget Festival, em Budapeste todas as conversas seguem o mesmo rumo… Sziget para aqui, Sziget para ali. Eu vou estar lá. Hoje entre as 21h e as 22h (hora húngara) quem aparecer na tenda da Coca-Cola ouve as músicas que eu estou a escolher. Infelizmente os Franz Ferdinand comecam á mesma hora, um bocado mais ao lado, no palco principal… Infelizmente para eles. Mas de qualquer forma peco aos meus amigos e fans que na vez de ficarem na tenda da Coca-Cola comigo, se desloquem para o concerto dos britânicos, espero que não seja pedir muito… Apenas, tentem. Desculpa Franz, estou a fazer tudo o que está ao meu alcance para te deixar algum público, espero que me compreendas!

O programa está aqui www.szigetfestival.com ou aqui www.myspace.com/szigetfestival

domingo, agosto 06, 2006

Progresso? Evolução? Deixem-me rir

Li há pouco tempo uma entrevista, na Visão, a um economista que a dada altura dizia que as pessoas deviam ter a coragem de aceitar perder direitos. Para mim, isto é um indício de um retrocesso na nossa civilização uma vez que o progresso foi sempre acompanhado por um aumento de direitos em detrimento dos privilégios.
Ultimamente tem existido a tendência de nos quererem fazer crer que temos direitos a mais, principalmente ao nível da economia e trabalho. Como se o facto de termos uns quantos direitos, pelos quais até houve gente que deu a vida para que as gerações futuras pudessem usufruir deles, fossem não uns direitos mas sim uns privilégios. Culpam-se muitas vezes esses direitos da falta de competividade e produtividade dos trabalhadores portugueses. No entanto nós, enquanto país, não eramos mais ricos durante o Estado Novo, periodo durante o qual os direitos das pessoas eram menores que hoje em dia.
Para uns quantos verdadeiros priviligiados, donos da grande indústria por exemplo, é um favor que nos fazem ao dar-nos emprego. No entanto a nossa lei máxima, a Constituição de 1976, consagra, entre outros direitos, o do trabalho. Para eles essa mesma constituição foi um retrocesso apesar de ter consagrado uma série de direitos cívicos, os quais por exemplo, permitem-me estar agora a dirigir-me aqui a todos aqueles que quizerem ler este texto sem que eu tenha o risco de ir passar uma temporada à prisão.
Pois é, é uma chatice para os poderosos que a carneirada possa ter o direito de bater o pé. Mas infelizmente, a pretexto da sacro-santa economia, os direitos da população em geral ao nível do trabalho têm sido vandalizados e sou pessimista o suficiente para vos dizer que acredito que isto é apenas o início.
Quando vejo que colegas meus de trabalho aceitam, como se fosse algo de natural, serem trabalhadores temporários indefinidamente só posso concluir que algo vai mal e não irá melhorar. Até pode ser verdade que o facto de se ser temporário seja bom para a produtividade, uma vez que eles e elas estão numa posição que não lhes deixa margem de manobra para reivindicações e para manterem o seu lugar na empresa têm de se comportar submissamente. Mas será isto um indício de progresso? Maior produtividade, a qualquer preço, implica realmente evolução? Pessoalmente não me parece. Até pode ser que menos direitos levem a uma maior riqueza mas não levarão certamente a um maior progresso como sociedade.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Bushiness as usual



Anda o mundo entretido com o pardieiro do Líbano e vamo-nos esquecendo que por esse mundo fora os campeões da liberdade são também os principais negociantes de armas.

A indústria do armamento está a par do narcotráfico e do petróleo como o melhor de todos os negócios. E muitas das vezes todas estas actividades económicas estão ligadas entre si. Com o dinheiro gerado pelo petróleo e pelo narcotráfico alimentam-se conflitos (uns mediáticos, outros esquecidos), destroem-se países inteiros e aliena-se a dignidade de uma boa parte da população do mundo.

Imagem: stencil encontrado numa parede da Calle Duquesa, Granada, Espanha.

E como é que vai o mundo?

Voltei. Depois de duas semanas a ir para fora cá dentro (isto quer dizer Espanha, uma vez que com o Espaço Schengen os países deixaram de ter um verdadeiro significado) acordei do coma em relação ao mundo real.
E como é que vai o mundo? O nosso país já evoluiu alguma coisa? A crise já passou? Se não, desta vez os ricos vão pagá-la? Ou vão ser os do costume? O país já ardeu todo? A malta já recebeu do IRS? O Luís Vasco já tem mais algum bar novo?
Contem-me as novidades, lá fora não falam de nós tal como cá dentro apenas olhamos para os nossos umbigos.