Começa o dia e deparo-me com mais uma bela notícia sobre o nosso burgo:
"O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com uma pensão mensal acima dos quatro mil euros mais do que duplicou, entre Janeiro e Maio de 2006.
O número de casos passou de 68 em igual período de 2005 para 151, ou seja, a corrida às reformas mais elevadas cresceu 132%, refere o «Correio da Manhã».
Como consequência, a despesa pública subiu 122%, de 316 mil para 735 mil euros. Com esta despesa total verifica-se uma reforma mensal média de 4.865 euros por cada um dos 51 beneficiários."
Embora a fonte seja manhosa (nunca gostei muito do Correio da Manhã, excepto pelos seus passatempos), a notícia deixou-me estupefacto. Ver que com o país que temos, e com as condições de reforma vigentes, estas 51 pessoas auferiram durante os últimos 10 anos um ordenado médio superior a 5.000 Euros é absurdo. Absurdo se tivermos em conta que o ordenado máximo de referência, o do P.R., não é muito superior a esse valor.
Mais absurdo verificar que estas 51 pessoas vão receber, durante uma série de anos, quase 1000 contos por mês. Isto uns dias depois de o Governo dizer ao pessoal da minha geração, sem dúvida o menos culpado pela situação actual, que as nossas reformas terão de ser menores e teremos de trabalhar mais tempo porque a esperança média de vida aumentou.
É por essas e por outras que, da frescura dos meus 25 aninhos, espero arranjar emprego como pensionista.