Agora que a poeira assentou e os almeidas começam a fazer o seu trabalho de recolha do lixo da campanha, ocorre-me pensar quanto desse lixo será reciclado.
Serão os pendões da CDU convertidos em taparweres? Ou será que os camaradas os vão re-utilizar na próxima campanha como fazem com os candidatos? E o que dizer de tanta página impressa, com belos projectos em 3D, que a CDU publicou semanas antes das eleições e que tencionava concretizar em 2025? Ao menos vão aproveitar o 3D?
É que o mesmo não se poderá dizer do programa eleitoral do PS, com aquela tinta metalizada, que deve ter custado um balúrdio. Deve conter até chumbo ou mercúrio... Imaginem que aquilo contamina as ribeiras, como a do Parque da Cerca, por exemplo?
O PSD, com o seu merchandising barato e de gosto duvidoso é possível que consiga vender o excedente da campanha, já no próximo Sábado, na feira de Pataias. Os grupos de excursionistas da terceira idade vão achar aquelas bananas de trazer à cintura uma pechincha. Nada se perde, tudo se transforma.
O que eu espero que se perca e afunde nas catacumbas do poder é aquela proposta deles do metro de superfície. É que...se a Manuela Ferreira Leite pode vir dizer que o TGV nos fará perder a independência para a Espanha eu também posso considerar que uma cidade que não tem comércio, não tem cinema, não tem vida, não precisa de um transporte que a torne um arrabalde de Leiria como a Barosa. O que precisa é que se criem condições para se viver nela com qualidade.
Alegra-me verificar que o Bloco foi o que menos poluiu. Foi bastante poupado nas propostas que fez. Muito sucinto para não gastar papel. A capacidade de síntese dos bloquistas foi tão grande que poderíamos resumir todo o seu programa eleitoral num post-it e ainda sobrava espaço para desenhar a estrelinha.
No programa eleitoral do Bloco pude também constatar que os candidatos escolhidos foram desenterrados, pelo menos a avaliar pelas fotos. Isto é óptimo, uma vez que dá um húmus muito bom.
Não tive tempo para ler a proposta da lista geriátrica. Mas calculo que seja biodegradável.
Daqui a quatro anos, há mais lixo.