Abstenção
A Abstenção é um direito. É uma opção política.
Os políticos profissionais menosprezam o valor desse direito e de uma forma hipócrita condenam a Abstenção a uma doença "político-social". A sua incompetência é posta a total descoberto quando não se responsabilizam pela causa, nem pela cura da suposta doença.
São incompetentes porque não entendem o dilema em que vivem. Por um lado condenam a abstenção e por outro promovem a existência do "saco azul" de eleitores que podem fazer a diferença nas próximas eleições.
A agravar esta situação o Governo gasta o dinheiro (impostos) dos cidadão que não votam (cerca de 40%) para lhes dizer publicamente que estão errados, enganados, e que no fundo que têm de se "tratar". É como pagar a alguém só para me chamar maluco.
Com isto não quero dizer que sou a favor ou contra a abstenção. Antes pelo contrário (!?).
Eu aceito a Abstenção na mesma medida que aceito a introdução de uma lei que obrigue a votar.
Aliás penso até que a introdução dessa lei acabaria com as desculpas esfarrapadas do políticos e dinheiro mal gasto.
Das duas, uma. Ou se assume que a Abstenção é de facto um direito democrático e se esvazia a Assembleia da Republica em 60% dos seus lugares ou se obriga toda a gente a votar.
Penso que assim ganhavámos em transparência e em representatividade.
Poupava-se dinheiro aos contribuintes e acabava-se com a "evangelização dos maluquinhos".
10 Comments:
At 3:17 da manhã, Anónimo said…
de acordo.
At 6:11 da tarde, Chakal said…
Da mesma forma que os cidadãos acham que têm o direto de se abster de votar, deveriam depois, e em consequência dessa bstenção, abster-se de comentar a situação do país e das autarquias em que habitam.
A abstenção não é uma forma de mostrar desacordo com os políticos actuais, é uma forma de demonstar que se estão a cagar para o que estes fazem e, por conseguinte, a legitimar toda a porcaria que sai de quem os dirige.
Querem mostrar que não gostam de ninguém que se candidata? Votem nulo ou em branco. Mostrem que se importam e que as opções postas à disposição não servem. Mostrem interesse na governação e não que se estão borrifando para o que sai dos votos. Mostrem que a sua preocupação com o país e com a sua edilidade é maior que a preocupação em usufruir dos minutos de lazer ao domingo que se perde por ir votar.
Numa democracia, a abstenção não serve para nada, digam o que disserem.
At 4:34 da tarde, Clave de Sol said…
Não posso estar mais de acordo com o Chakal.
Afinal impõe-se fazer uma pergunta:
Os abstencionistas metódicos são democratas ou são uma espécie de sarna que só chateiam?
Votar nulo ou em branco é uma opção para quem não está de acordo com nenhuma das opções políticas propostas. Agora abster-se só porque... sim, e depois andar a criticar tudo e todos?
Dessa gente (afinal uma outra espécie de rémuras) está a nossa democracia farta e não deixam de ser um irresponsável peso político!
At 7:26 da tarde, Anónimo said…
"Sarna", "deviam abster-se de comentar", "se estão a cagar". "estão se borrifando", "irresponsável".
Não faltam oportunistas a querer argumentar o que uma Abstenção significa. Desde os defensores da Santa Democracia até os da Santa Ditadura.
Esperem que sejam pessoas sérias, coerentes e responsáveis o suficiente para chamarem também os mesmos nomes aos eleitos (deputados) sempre que se abstêm nas votações das propostas de lei na AR.(para já não falar das ausências e da percentagem de deputados que não acabam os mandatos).
++Gahna++
At 7:29 da tarde, Anónimo said…
"No total, 21% dos 230 parlamentares sairam da Assembleia da República para desempenhar outras funções"
"Durante os quatro anos e meio de legislatura, houve 133 suspensões de mandato. "
http://www.parlamentoglobal.pt/parlamentoglobal/actualidade/Assembleia+da+Rep%C3%BAblica/2009/8/3/030809+deputados+sairam.htm
At 8:25 da tarde, Cão com Pulgas said…
Desculpem mas a única diferença entre não votar e votar em branco é que não votar dá menos trabalho. E eu não acredito em soluções que dão "menos trabalho". É uma cena muito tuga, tás a ver ó dread?
At 10:31 da tarde, Anónimo said…
44.79% de marinhenses burros e sarnentos.
At 3:55 da tarde, Chakal said…
Quanto a deputados que suspendem mandatos...não acho mal. Afinal têm um mínimo de hombridade para reconhecer que, não podendo desempenhar as suas funções como deve ser, mais vale suspender e dar lugar a outro.
Quanto aqueles que andam pelo Parlamento só para picar o ponto e trabalhar em outras coisas da sua vida pessoal...sinceramente, era corrê-los de lá! Há de haver pessoas com verticalidade suficiente para representar a nação - e o seu partido/tacho - com mais dignidade que o que é demonstrado.
E sinceramente, se é oportunista a minha visão do que a abstenção significa, querer que esta signifique descrença nas opções postas à escolha é ingenuidade. Acreditar que os 40% dos eleitores que não votaram são conscienciosos críticos dos políticos postos à escolha, é dar mais crédito à cultura política destas pessoas do que a maioria alguma vez possuirá.
Gostava de que, um dia, se fizesse uma operação eleitoral durante a semana, em que fosse dado o dia de folga a quem votasse e o comprovasse, a ver se estes conscienciosos não deixavam de se abster.
At 4:52 da tarde, Tortulho said…
Mais nada!!!
E quem muito se abstém, larga a ameixa...
At 4:00 da manhã, Anónimo said…
por ser fácil cair no engodo de tentar compreender o que a abstenção significa é que a melhor opção talvez seja mesmo tornar obrigatório o que por si já é obrigatório: viver em democracia.
Tornem o voto obrigatório.
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