A queda do Império

Como não estarei por cá no próximo dia 1 de Agosto, permitam que eu celebre em antecipação uma data da nossa história: 1 de Agosto de 1961.
Nesse dia a República do Daomé (actual Benim, na África Ocidental) anexou a nossa mais pequena colónia com o nome mais longo, São João Baptista de Ajudá.
Tomada pelos portugueses em 1580 foram lá erigidos diversos fortes por várias nações coloniais (Portugal, Inglaterra, França e Dinamarca) com o objectivo de defender os seus interesses na região. Por "interesses" leia-se tráfico de escravos.
Abandonada diversas vezes foi permanentemente ocupada por Portugal em 1865, quando se tentou sem sucesso fazer do Reino do Daomé um protectorado.
A nossa colónia resumia-se ao forte, construído em 1680, e que segundo o censo de 1921 tinha nada mais nada menos que 5 (cinco) habitantes.
A 1 de Agosto de 1961 o Daomé tomou a nossa colónia (à data tendo como governador António Agostinho Saraiva Borges) a qual contava então com 2 (dois) habitantes os quais tentaram incendiar o forte para evitar a rendição. Era o começo do fim do nosso império colonial.
Desconheço se algum daqueles dois habitantes tinham tatuados no braços "Ajudá 1961" ou "Amor de mãe".