Vá para o Céu, pergunte-me como
Este artigo contem ideias que poderão chocar sensibilidades mais melindrosas e inclusive ser consideradas insultuosas. Depois não digam que não vos avisei.
Não é necessário ser muito perspicaz para verificar que a Igreja Católica Apostólica Romana se encontra a braços com uma grave crise. Basta ir a uma vulgar missa para que nos deparemos com uma população de crentes envelhecida e maioritariamente feminina.
Tal poderá perigar o futuro da instituição, uma vez que as gerações de católicos não se renovam ao mesmo ritmo que os crentes vão falecendo. O número cada vez mais pequeno de pessoas dispostas a serem mobilizadas para o serviço de fé, o distanciamento entre os crentes e a Igreja e entre esta e as mudanças da sociedade e a concorrência, por vezes agressiva, de novos movimentos religiosos fazem com que esta instituição viva um período semelhante aquele que vive o Partido Comunista Português.
Por uma questão de sobrevivência convém à Igreja Católica operar uma série de mudanças de forma a acompanhar um mundo cada vez se transforma mais rapidamente.
A Igreja, como corpo liderado pelos mais velhos tem sido adversa à mudança. É normal que assim se torne conservadora, mas este conservadorismo não é salutar. É um perigo para o seu próprio futuro.
A Igreja, tal como todas as outras religiões tem um produto que interessa a toda a gente, sejam novos ou velhos, ricos ou pobres. É a salvação. Para levar os seus pontos de vista à população deverá utilizar a publicidade, os meios de comunicação social e o telemarketing. Missionários poderão ir de porta em porta, ou seleccionar números de telefone da lista, para entrar em contacto com possíveis aquisidores da salvação. Poderão numa primeira abordagem, prometer um prémio ou fazer um concurso. O prémio deverá ser entregue num templo próximo no qual os potenciais aquisidores da salvação deverão assistir a uma demonstração da fé. Para que os missionários se esforcem deverão ser-lhes concedidas benesses consoante a quantidade de crentes que consigam mobilizar. Benesses essas traduzidas em créditos a trocar por indulgências ou por estadias em retiros espirituais em sistema de time sharing. Por sua vez os novos crentes deverão igualmente ser estimulados através do sistema de créditos para levar mais gente para a Igreja, segundo um sistema de pirâmide semelhante a certas empresas que regularmente nos contactam. Estas pessoas deverão ter sempre ao peito crachats com dizeres tais como “Vá para o Céu, pergunte-me como”, “Rumo à salvação”, Não rezou hoje? Porquê?” ou “Eu sou Católico” assim como autocolantes bem visíveis para colocar nos seus automóveis.
Os argumentos para captar novos crentes deverão ser imbuídos de positivismo, não prometendo apenas uma vida para além da morte. Deverá levar os crentes a acreditar num paraíso terreno como preparação para o estádio futuro após morte. O facto de participar activamente na religião deverá fazer com que os crentes se sintam úteis para si mesmos e para o próximo, deverá fazê-los sentirem-se mais saudáveis e felizes assim como imunes às agressões da sociedade.
Outro argumento de peso é a participação e contribuição para a Igreja ser dedutível no IRS assim como o facto de conter o Espírito Santo, o qual é benéfico para a saúde traduzindo-se num aumento da longevidade e de ser melhor e mais eficaz que os bifidus activo, que o l. casei imunitass, o aloé vera e o sacia mais, todos em conjunto.
Para combater a concorrência das chamadas seitas a Igreja poderia lançar OPAs hostis, captando novos crentes que receberiam mais regalias e conforto espiritual do que as seitas podem oferecer.
A Igreja tem um património histórico muito rico mas por vezes polémico. Sugiro a criação de parques temáticos em que o passado não é esquecido nem escondido, mas sim plenamente assumido. Como tal deverão ser representados de uma forma atraente autos-de-fé, julgamentos e torturas da Inquisição, o circo romano e outras perseguições feitas contra os cristãos ou os milagres mais famosos de Cristo e dos santos. Tudo isto será óptimo para os rendimentos da Igreja e para o desenvolvimento local. Igualmente dever-se-ia apostar em novo merchandising religioso, por exemplo, t-shirts com a face de Cristo semelhante à de Che Guevara, com a palavra “Católico” com o grafismo da Coca Cola, bonés e outros apetrechos com folhas, não de cannabis mas sim, de oliveira ou o lançamento de água benta engarrafada captada de fontes de locais de peregrinação.
Outra forma de lazer religiosos poderá ser a criação de terçotecas, espaços semelhantes a discotecas onde se poderá ouvir com a batida mais na moda o terço. Tal poderá ajudar a atrair os jovens ao culto assim como aproximar as diversas gerações.
Quanto ao culto, deverão ser feitas algumas mudanças de forma a tornar-se mais atraente. A música, a dança e um espectáculo de raios laser deverão passar a integrar regularmente o culto.
A Igreja está em crise, mas para grandes males grandes remédios.
Não é necessário ser muito perspicaz para verificar que a Igreja Católica Apostólica Romana se encontra a braços com uma grave crise. Basta ir a uma vulgar missa para que nos deparemos com uma população de crentes envelhecida e maioritariamente feminina.
Tal poderá perigar o futuro da instituição, uma vez que as gerações de católicos não se renovam ao mesmo ritmo que os crentes vão falecendo. O número cada vez mais pequeno de pessoas dispostas a serem mobilizadas para o serviço de fé, o distanciamento entre os crentes e a Igreja e entre esta e as mudanças da sociedade e a concorrência, por vezes agressiva, de novos movimentos religiosos fazem com que esta instituição viva um período semelhante aquele que vive o Partido Comunista Português.
Por uma questão de sobrevivência convém à Igreja Católica operar uma série de mudanças de forma a acompanhar um mundo cada vez se transforma mais rapidamente.
A Igreja, como corpo liderado pelos mais velhos tem sido adversa à mudança. É normal que assim se torne conservadora, mas este conservadorismo não é salutar. É um perigo para o seu próprio futuro.
A Igreja, tal como todas as outras religiões tem um produto que interessa a toda a gente, sejam novos ou velhos, ricos ou pobres. É a salvação. Para levar os seus pontos de vista à população deverá utilizar a publicidade, os meios de comunicação social e o telemarketing. Missionários poderão ir de porta em porta, ou seleccionar números de telefone da lista, para entrar em contacto com possíveis aquisidores da salvação. Poderão numa primeira abordagem, prometer um prémio ou fazer um concurso. O prémio deverá ser entregue num templo próximo no qual os potenciais aquisidores da salvação deverão assistir a uma demonstração da fé. Para que os missionários se esforcem deverão ser-lhes concedidas benesses consoante a quantidade de crentes que consigam mobilizar. Benesses essas traduzidas em créditos a trocar por indulgências ou por estadias em retiros espirituais em sistema de time sharing. Por sua vez os novos crentes deverão igualmente ser estimulados através do sistema de créditos para levar mais gente para a Igreja, segundo um sistema de pirâmide semelhante a certas empresas que regularmente nos contactam. Estas pessoas deverão ter sempre ao peito crachats com dizeres tais como “Vá para o Céu, pergunte-me como”, “Rumo à salvação”, Não rezou hoje? Porquê?” ou “Eu sou Católico” assim como autocolantes bem visíveis para colocar nos seus automóveis.
Os argumentos para captar novos crentes deverão ser imbuídos de positivismo, não prometendo apenas uma vida para além da morte. Deverá levar os crentes a acreditar num paraíso terreno como preparação para o estádio futuro após morte. O facto de participar activamente na religião deverá fazer com que os crentes se sintam úteis para si mesmos e para o próximo, deverá fazê-los sentirem-se mais saudáveis e felizes assim como imunes às agressões da sociedade.
Outro argumento de peso é a participação e contribuição para a Igreja ser dedutível no IRS assim como o facto de conter o Espírito Santo, o qual é benéfico para a saúde traduzindo-se num aumento da longevidade e de ser melhor e mais eficaz que os bifidus activo, que o l. casei imunitass, o aloé vera e o sacia mais, todos em conjunto.
Para combater a concorrência das chamadas seitas a Igreja poderia lançar OPAs hostis, captando novos crentes que receberiam mais regalias e conforto espiritual do que as seitas podem oferecer.
A Igreja tem um património histórico muito rico mas por vezes polémico. Sugiro a criação de parques temáticos em que o passado não é esquecido nem escondido, mas sim plenamente assumido. Como tal deverão ser representados de uma forma atraente autos-de-fé, julgamentos e torturas da Inquisição, o circo romano e outras perseguições feitas contra os cristãos ou os milagres mais famosos de Cristo e dos santos. Tudo isto será óptimo para os rendimentos da Igreja e para o desenvolvimento local. Igualmente dever-se-ia apostar em novo merchandising religioso, por exemplo, t-shirts com a face de Cristo semelhante à de Che Guevara, com a palavra “Católico” com o grafismo da Coca Cola, bonés e outros apetrechos com folhas, não de cannabis mas sim, de oliveira ou o lançamento de água benta engarrafada captada de fontes de locais de peregrinação.
Outra forma de lazer religiosos poderá ser a criação de terçotecas, espaços semelhantes a discotecas onde se poderá ouvir com a batida mais na moda o terço. Tal poderá ajudar a atrair os jovens ao culto assim como aproximar as diversas gerações.
Quanto ao culto, deverão ser feitas algumas mudanças de forma a tornar-se mais atraente. A música, a dança e um espectáculo de raios laser deverão passar a integrar regularmente o culto.
A Igreja está em crise, mas para grandes males grandes remédios.
8 Comments:
At 12:12 da manhã, Mac Adame said…
Ó Papa, esta tua primeira encíclica não está nada má. Eu nunca tinha era reparado que as igrejas só tinham velhinhos. Bom, se calhar é porque não entro numa há uns 20 anos...
At 8:46 da tarde, Anónimo said…
Ó pá...
Não sabia que a Marinha Grande tinha um homem com tantas ideias... só pode mesmo ser um IDIOTA!!
Já agora... porque será que os que não vão à Igreja se preocupam tanto com a Igreja, o que ela faz ou deixa de fazer, o que ela diz ou deixa de dizer?? Será a mania da CALHANDRICE... mas isso é na porta ao lado (no Largo das Calhandreiras...)...
Vá lá...
Metam na vossa (triste) vidinha ...
At 10:52 da tarde, Anónimo said…
Amigo, essa ideia já não é nova.
Fátima já é um negócio. Só não vê quem não quer.
At 1:56 da tarde, Anónimo said…
Para o Anónimo: O pessoal geralmente mete-se com a Igreja porque sinceramente acha piada! Eu preocupo-me com o que os representantes da Igreja e Companhia, porque infelizmente, ainda têm muita importãncia na sociedade de hoje. E mete-me uma comichão do caraças, gajos a usarem o nome de dEUS (Se ele existisse tinha vergolha do que dizem em nome dele) a afirmarem idiotices. Felizmente, que há cada vez menos "fiéis". Pode ser que assim a mentalidade tacanha venha a diminuir. Infelizmente ainda á o problema da religiao no mundo Árabe. Mas eu sonho com um mundo sem religiões, e quando aparecesse alguém a dizer" Á e tal e Deus e o camandro...". O pessoal se virasse e respondesse:" Ouve lá...não andas a tomar as gotas que o médico te receitou, pois não?"
At 9:04 da tarde, Papa Ratzi said…
Caro Anónimo,
muito bem vindo a este espaço de Liberdade de Expressão.
Quanto à sua questão, acerca de porque é que aqueles que não vão à igreja se preocupam tanto com ela, passo a responder:
respeito todas as religiões por igual, incluindo aquelas que os ditos cultos sérios classificam como seitas (aliás, o cristianismo começou como uma seita do judaismo e Jesus Cristo nunca foi um cristão pois não consta que ele tenha tido a intenção de fundar uma religião mas sim reformar a sua a qual considerava estar em maus caminhos).
No caso da Igreja Católica, seja ela entendida como o conjunto de todos os seus crentes ou somente as suas estruturas clericais, causa-me alguma preocupação pois na sociedade onde vivo a religião continua a dar cartas importantes nos destinos de todos nós, incluindo nos destinos daqueles que não são crentes. Preocupa-me que as mudanças na Igreja Católica sejam muitas vezes feitas a toque de caixa, por exemplo o fim da Inquisição na Peninsula Ibérica há quase duzentos anos. O caro leitor deve estar a pensar que não devemos julgar o passado segundo as ideias do presente. Concordo. Mas houve acontecimentos mais recentes, suficientemnte recentes, que por isso mesmo podemos julgar segundo as ideias actuais. Por exemplo, o apoio da Igreja Católica a ditaduras fascistas, ou pelo menos fascizantes, em Portugal, Espanha ou Itália. Para mim, isto é motivo de preocupação uma vez que estes eventos em termos históricos são recentes.
Preocupo-me com o que se passa com a Igreja Católica porque pretende impor os seus pontos de vista e moral a toda a população, seja ela católica ou não. Preocupa-me porque numa sociedade dita laica e equalitária não se justifica que tenha previlegios que outras religiões não têm, inclusive aquelas que são consideradas sérias. Portanto, não é uma questão de mera calhandrice.
Bem haja.
At 9:06 da tarde, Papa Ratzi said…
Ah, e já agora, em jeito de post scriptum devo acrescentar que tais comentários como o seu comprovam que a religião não tem sentido de humor.
At 7:30 da tarde, Anónimo said…
"Sr. Carlos Oliveira de Cinfães, você é crente! Venha jogar connosco!" O crente levanta as mãos, deixando ver o umbigo por entre a fralda da camisa. Benze-se e desce o anfiteatro entre aplausos.
No púlpito, o cura de cabelo esticado a quente, dispõe de uma pia baptismal onde mergulha a cabeça do crente. De seguida, este deverá ser capaz de encontrar uma hóstia num alguidar de farinha. O prémio é uma viagem à terra santa num autocarro da Rodoviária e um presunto de Chaves.
Não é difícil encontrar a hóstia, basta ter fé.
At 10:52 da tarde, Anónimo said…
Se houvesse um autocolante para pôr nos carros a dizer "HEAVEN OR BURST", eu comprava!
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