Me liga vai...
Isso aí nos dentes não é aparelho não, é um contador sexual...
O texto que se segue foi retirado na integra da página do Correio da Manhã:
O ex-presidente de uma junta de freguesia do concelho da Guarda deixou levar-se pelo famoso “me liga vai” e terá gasto 49 mil euros em chamadas telefónicas para linhas eróticas, em menos de três meses. Quando chegou a factura, o autarca demitiu-se e a Portugal Telecom (PT) penhorou três terrenos para recuperar a dívida. Os bens foram vendidos ontem em Tribunal.
As chamadas para as linhas de valor acrescentado, a partir da Junta de Freguesia do Rochoso, remontam a 1997, ano em que José Pires Sanches, professor reformado, foi eleito presidente numa lista independente.
Poucos meses depois de tomar posse, o autarca foi obrigado a demitir-se, por ser o presumível autor dos telefonemas eróticos que levaram à avultada factura telefónica, em apenas 75 dias. Além dos 49 mil euros, a PT reclama mais 1000 euros de juros de mora.
O caso foi parar a Tribunal, mas o Ministério Público acabou por arquivar a queixa-crime apresentada sobre o autarca, que entretanto começara a ter tratamento psiquiátrico. Actualmente o ex-presidente está internado num lar da cidade da Guarda.
Como José Pires Sanches não foi responsabilizado, a PT moveu um processo judicial à autarquia, exigindo o pagamento das chamadas. Apesar de ter perdido o caso em primeira instância, a PT ganhou o processo em 2000, no Tribunal da Relação de Coimbra.
Dado que a Junta de Freguesia não tinha aquela verba disponível, a empresa de comunicações propôs o pagamento em prestações, mas o actual edil, Joaquim Vargas, recusou tal solução porque “levaria à falência da junta”.
O processo foi-se arrastando e ontem foram vendidos no Tribunal da Guarda os terrenos penhorados pela PT, ao abrigo deste contencioso. Das três propriedades colocadas em hasta pública, duas foram compradas por um particular (por 2650 euros) e a outra foi licitada pela própria Junta de Freguesia, por 80 euros.
COMPRADOR FICA SEM TERRAS
Manuel Martins, o agricultor de Rochoso que licitou dois dos terrenos postos à venda pelo Tribunal, saiu revoltado do Palácio da Justiça. “Apesar de ter ganho duas propostas, acabo por não conseguir comprar os terrenos porque a junta tem direito de remissão sobre os mesmos”, desabafou, referindo que queria as terras para pasto dos seus animais. “Se a junta não tem dinheiro para pagar a dívida, onde vai agora arranjar uma quantia superior à que eu ofereci para ficar com terrenos que não lhe servem para nada?”, interrogou o agricultor. Questionado pelo CM, Joaquim Vargas, presidente da junta de freguesia, explicou. “Vamos apresentar uma contraproposta, com o objectivo de preservar o património da junta, não permitindo assim que terceiros se intrometam nos assuntos da autarquia.”. Relativamente à quantia, respondeu: “Falarmos em três mil euros é diferente de 50 mil...”.
Carla Campanela, Guarda in Correio da Manhã
Qualquer dia vendemos o continente inteiro por umas fodas no Maybe...
4 Comments:
At 10:28 da tarde, Unknown said…
Mirabolante!
At 10:37 da tarde, Cão com Pulgas said…
Parece que quem foi apanhado lá no outro dia foi precisamente o Belmiro de Azevedo a fazer uma OPA hostil a uma colaboradora.
At 1:39 da tarde, Chakal said…
Ora aí está uma bela táctica para reduzir o peso das despesas!Entrega-se um bocado de terreno para penhora e volta-se a adquirir por um "cagagésimo" do valor...
Quando me aparecerem as contas de água, luz, etc e tal no fim do mês, acho que vou dar o canteiro das rosas para penhora...
At 5:38 da tarde, Mac Adame said…
E o homem tinha problemas psiquiátricos? Se os tivesse, tinha telefonado de sua própria casa, e não da Junta...
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