Dia Internacional da Mulher
Hoje os restaurantes hão-de estar cheios de mulheres a comemorar o seu dia. Para a maioria é apenas um dia em que se reúnem para ir jantar fora e ir beber uns copos, nada mais. Celebram um dia sem sequer saber porquê.
No mundo inteiro, mesmo nos países ditos evoluídos, as mulheres estão em desvantagem num mundo dominado pelos homens. Em alguns países essa desvantagem é levada ao extremo, sendo as mulheres tratadas como se não tivessem qualquer dignidade. Sem direito de voto, estando proibidas de conduzir (na Arábia Saudita), sofrendo discriminações várias e obrigadas à excisão por tradições milenares ou impossibilitadas a decidir quando exercer o seu direito de procriação. É assim o mundo que discrimina metade de si mesmo.
No nosso país as estatísticas indicam que as mulheres têm em média salários mais baixos e que ocupam menos cargos de responsabilidade nas empresas. No nosso país é normal ouvir dizer que fulano ganha mal para um rapaz, como se o facto de vir equipado de série com um pénis lhe desse direito de ser melhor remunerado. No nosso país os sectores em que as mulheres são maioritárias são apenas transposições da vida familiar para a vida laboral (dominam muito do ensino como mães que educam, dominam muito da saúde como mães que colocam um penso numa ferida de um filho). No nosso país considera-se um homem que tenha muitas mulheres um garanhão e uma mulher que tenha muitos homens uma cabra. No nosso país é vulgar ouvir as pessoas a dizerem às filhas desde a mais tenra idade "que vergonha, a mostrar a cueca" enquanto aos meninos se incentiva a serem activos sexualmente. Assim se faz a lavagem cerebral para manter as mulheres no seu "devido lugar". Mesmo que seja de uma forma inconsciente.
Trabalho numa fábrica de injecção de plásticos. Apesar de aí até existirem um bom número de mulheres em cargos de responsabilidade, é vulgar chamar preferencialmente as mulheres para fazer a limpeza do que os homens sujaram. É vulgar ensinar apenas os homens para aprenderem a mexer nas máquinas. É vulgar as mulheres acharem tudo isto normal... E mais grave, é vulgar que muitas dessas mulheres se recusem a aprender a mexer nessas mesmas máquinas ou a fazer trabalhos que levem a um maior esforço físico. Como se houvesse a distinção entre trabalhos de homem e outros de mulher. Existe discriminação, mas às vezes a culpa é das próprias mulheres que se diminuem a si mesmas.
Hoje os restaurantes hão-de estar cheios de mulheres, festejam o seu dia sem saber porquê e amanhã será outro dia igual ao que é hábito.
No mundo inteiro, mesmo nos países ditos evoluídos, as mulheres estão em desvantagem num mundo dominado pelos homens. Em alguns países essa desvantagem é levada ao extremo, sendo as mulheres tratadas como se não tivessem qualquer dignidade. Sem direito de voto, estando proibidas de conduzir (na Arábia Saudita), sofrendo discriminações várias e obrigadas à excisão por tradições milenares ou impossibilitadas a decidir quando exercer o seu direito de procriação. É assim o mundo que discrimina metade de si mesmo.
No nosso país as estatísticas indicam que as mulheres têm em média salários mais baixos e que ocupam menos cargos de responsabilidade nas empresas. No nosso país é normal ouvir dizer que fulano ganha mal para um rapaz, como se o facto de vir equipado de série com um pénis lhe desse direito de ser melhor remunerado. No nosso país os sectores em que as mulheres são maioritárias são apenas transposições da vida familiar para a vida laboral (dominam muito do ensino como mães que educam, dominam muito da saúde como mães que colocam um penso numa ferida de um filho). No nosso país considera-se um homem que tenha muitas mulheres um garanhão e uma mulher que tenha muitos homens uma cabra. No nosso país é vulgar ouvir as pessoas a dizerem às filhas desde a mais tenra idade "que vergonha, a mostrar a cueca" enquanto aos meninos se incentiva a serem activos sexualmente. Assim se faz a lavagem cerebral para manter as mulheres no seu "devido lugar". Mesmo que seja de uma forma inconsciente.
Trabalho numa fábrica de injecção de plásticos. Apesar de aí até existirem um bom número de mulheres em cargos de responsabilidade, é vulgar chamar preferencialmente as mulheres para fazer a limpeza do que os homens sujaram. É vulgar ensinar apenas os homens para aprenderem a mexer nas máquinas. É vulgar as mulheres acharem tudo isto normal... E mais grave, é vulgar que muitas dessas mulheres se recusem a aprender a mexer nessas mesmas máquinas ou a fazer trabalhos que levem a um maior esforço físico. Como se houvesse a distinção entre trabalhos de homem e outros de mulher. Existe discriminação, mas às vezes a culpa é das próprias mulheres que se diminuem a si mesmas.
Hoje os restaurantes hão-de estar cheios de mulheres, festejam o seu dia sem saber porquê e amanhã será outro dia igual ao que é hábito.
10 Comments:
At 2:06 da manhã, Anónimo said…
ó papa, conta lá o que é que fazes em casa, és prendado? ou a conversa da igualdade é só treta?
At 2:23 da manhã, Mac Adame said…
Muito bem analisado. Para trabalho igual, salário igual. E se o problema é de mentalidade, é de ambos os lados. A lei é igual para todos. Infelizmente é só na nossa sociedade ocidental, porque noutros locais do mundo, aí sim, coitadas das mulheres. Por aqui ainda há muitas que preferem viver à sombra de homens bem de vida. Problema delas.
At 3:37 da manhã, Papa Ratzi said…
Não, a conversa da igualdade não é só treta. Mas é verdade que essa história de lavagem cerebral também a mim deixou as suas maselas.
At 11:27 da manhã, mg said…
"Embora na Sociedade capitalista o homem possa ser um instrumento de opressão da mulher, o inimigo a apontar não é o homem, mas o capitalismo"
At 6:35 da tarde, Anónimo said…
Homem é forçado a casar com cabra no Sudão
Um homem foi obrigado a tomar uma cabra como "esposa" no Sudão depois de ter sido flagrado tendo relações sexuais com o animal.
O dono da cabra, identificado como Alifi, disse que ficou surpreso quando encontrou animal com o homem.
Ele deteve o invasor e chamou o Conselho de Anciãos de sua aldeia para resolver a questão.
O conselho obrigou o homem pego com a cabra, identificado somente como Tombe, a pagar um dote equivalente a US$ 50 (R$ 107) ao dono da cabra.
"Nos lhe demos a cabra e, até onde eu sei, eles continuam juntos", disse Alifi.
Alifi, que mora na região do Alto Nilo, no sul do país, disse a um jornal sudanês que ouviu um barulho por volta de meia-noite do dia 13 de fevereiro, saiu para verificar e encontrou Tombe com sua cabra.
"Quando perguntei o que ele estava fazendo ali, ele caiu de cima da cabra. Eu o capturei e amarrei," disse Alifi.
O dono da cabra chamou os anciãos para lidar com a situação.
"Eles disseram que eu não deveria ir à polícia, mas que devia pedir um dote, pois ele estava usando minha cabra como 'esposa'", contou Alifi ao jornal Juba Post.
tudo em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2006/02/060224_cabracasamentomb.shtml
At 7:01 da tarde, Eric Blair said…
Deixa lá, ó Xupa Cabras, fica para a enorme quantidade de mulheres que estão casadas com cabrões.
At 12:19 da manhã, Papa Ratzi said…
^vVv^, concordo com o que escreveste. E desta vez até consigo entender! Ah! Ah! Ah!
A igualdade a que eu me refiro é essencialmente ao nível dos direitos e deveres. A nível psicológico ou genético não estou suficientemente apto para falar. Obviamente que homens e mulhreres são diferentes, mas mesmo assim existe toda uma série de coisas em que se podem igualar. E para quem é diferente a igualdade deve ter incluida o direito à diferença.
Xupa Cabras, adorei a notícia pela sua estranhesa. Fez-me recordar uma outra que li há algum tempo acerca da condenação, por um tribunal tribal, de um fulano por ter cometido um certo crime, não me recordo qual. A sua pena foi a violação (!!!!!!!!!!) da sua irmã!!!! Isto passou-se nas Áreas Tribais do Noroeste do Paquistão.
É óbvio que neste caso existe uma mais que flagrante violação dos direitos das mulheres, dos direitos humanos e da dignidade de alguém.
At 1:27 da manhã, Mac Adame said…
Mas no caso que o Xupa Cabras conta, parece-me que a pena é justa. Grande cabra!
At 7:47 da tarde, Anónimo said…
Ela só queria era o dinheiro dele! Ganda Cabra!
At 4:14 da tarde, Cão com Pulgas said…
E o que dizer desta educação que ensina às crianças que existe um dia para Mulher, da mesma forma que existe um dia para o advogado (19 de Maio), um dia de S.Valentim ou um Dia Mundial do Agrião. O Dia da Mulher são todos os que faltam até ao dia em que seremos de facto iguais. O dia em que o trabalho de mãe e dona de casa for reconhecido como contributo, em tempos de guerra e paz, para a Nação Valente. O dia em que se reconhecer mérito e ordenado igual, direito à opinião, à afirmação e à liderança, sem paternalismos bacocos. O dia em que a paridade obrigatória já estiver obsoleta na política e as mulheres reinvindicarem o seu papel de governantes, porque não?
Sabemos todos que somos fisicamente diferentes, até o cérebro é diferente. No cérebro feminino, os hemisférios comunicam mais entre si do que no cérebro do homem. Isto permite-lhes, em teoria, desenvolver mais actividades ao mesmo tempo. Na tomada de decisões, sabemos que homens e mulheres reagem de forma diferente. O próprio instinto natural é diferente entre machos e fêmeas. A civilização ainda não deu o salto que falta para evoluir. Mas cá na terra, as nossas sociedades bem podiam dar uma ajuda.
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