Chamem a polícia!

Nos últimos tempos a banca nacional tem dado o anúncio de que vai assaltar o nosso país. Apesar da crise estar por cá instaurada desde o discurso da tanga de Durão Barroso, a banca não tem tido muitas razões de queixa. De facto, as notícias têm anunciado os excelentes lucros do sector bancário nacional, com números cheios de zeros. No entanto, eu não me sinto tão optimista em relação a este assunto. Ora vejamos:

Euribor- Quando fazemos um emprestimo são-nos cobradas duas taxas de juro, o euribor e o spread. A primeira é da responsabilidade do Banco Central Europeu e é cobrada por igual por todos os bancos da União Europeia. Não há forma de nós a negociarmos. O spread é a taxa de juro que representa a margem de lucro da banca, sendo esta negociável pelo cliente.

É esperado a aumento para breve do euribor e a banca já anunciou intenções de se antecipar a esse aumento, com óbvias consequências para as pessoas e empresas. Com que direito a banca aumenta o euribor antes mesmo do Banco Central Euroopeu o fazer?

Multibanco- Foi uma pequena revolução nos hábitos dos portugueses. Ter o dinheiro à mão nunca foi tão fácil, bastando ter um cartão e uma conta num banco. Para além de ser práctica, levou talvez, a que as pessoas mais facilmente perdessem o controlo dos seus gastos. Ou talvez não, dependendo do uso que cada um dá ao seu cartão. Nalgumas contas, inclusive, é possível levantar mais dinheiro do que aquele que se tem no momento.

O multibanco permitiu à banca poupar em trabalhadores que poderiam estar a fazer o atendimento nos balcões. Para além disso, cada vez que vamos ao multibanco apanhamos com publicidade que alguém paga. Assim, o multibanco permite à banca ganhar pelo menos de duas formas. Não contentes com isto, os bancos pretendem passar a cobrar a todos nós taxas de utilização. Com que direito?

Uma vez que a banca nacional vive momentos de tantos lucros é, na minha modesta opinião, um verdadeiro assalto anunciado a toda a população. Quem é simpático, quem é?