Sujeito a reboque
O governo fez aprovar o uso da pílula abortiva nos hospitais. A tal pílula que as holandesas tinham no barco e que tanta celeuma causou nos meandros mais conservadores da política portuguesa. Mas afinal o que é que mudou?
Pouco, muito pouco. Contudo, o suficiente para a padralhada, os meninos de coro do PP e outros ratos de sacristia saltarem cá para fora, todos assanhados.
A lei não mudou. A pílula só pode ser administrada nos casos previstos pela lei: violação, má formação do feto, etc, e nunca depois das nove semanas de gestação. Então porque se levanta a canalha em defesa da vida, da moral, dos bons costumes e do sagrado coração de Maria, amén? Basicamente porque já ninguém lhes ligava patavina há um ror de tempo e esta malta é como o diabo, quando não tem nada que fazer, abre o cú e apanha moscas, que é como quem diz, inventa.
Este medicamento, utilizado na maioria dos países europeus, evita o internamento, permite poupar recursos ao serviço nacional de saúde, implica menos riscos para a mulher e dispensa practicamente o acompanhamento médico, que desta forma pode-se preocupar em salvar vidas e não em proteger a "vida". Infelizmente tudo isto parece não ter importância alguma para quem defende a doutrina da direita conservadora. Para esta gente, o sofrimento da mulher nunca é suficiente mesmo no quadro penal actual.
O Dr José Ribeiro e Castro, com aquele seu ar de enfado de quem estava numa mariscada e foi interropido para participar na política do país, veio dizer que o governo anda a reboque da agenda política do PCP e do BE e eu pergunto: O que seria do CDS se não fossem as agendas políticas que incluem a despenalização do aborto? Talvez estivessem ocupados a decorar salas do palácio de Belém. Definitivamente doutor Ribeiro e Castro o senhor perdeu a viagem, empanou. Está na altura de o senhor e o seu partido apanharem o táxi para casa. Eu chamo-o, quer?
6 Comments:
At 3:08 da tarde, Anónimo said…
A horinha da manta sempre foi a minha preferida, quando andava no infantário. Sentávamo-nos todos em frente da educadora, que, expressivamente, ia contando a história mostrando as ilustrações do que acabara de referir. Um verdadeiro doce!
Uma das histórias preferidas, kuase universal no mundo infantil, era a do "Capuchinho Vermelho" que, tendo uma tarefa bem definida - entregar o lanche à avó -, devendo, para tal, seguir o caminho do bosque, foi completamente manipulada pelo lobo mau - sob a promessa de melhores resultados - para tomar um caminho diferente. Inocente ou não, é enganada, dando tempo ao lobo de se satisfazer num belo repasto de avó (libidinoso q.b.). Por má decisão (ou talvez não) da capuchinho, perde a avó, e quase é devorada, naquele hino poético "porque tens uma boca tão grande?".
Assim me parece o papel do marisqueiro enfadado do CDS-PP e outros amigos - padralhada, meninos de coro e outros ratos. Para seu bel prazer e ganho, inventam (abrem o cú para apanhar moscas)novas rotas, ke para além de desvirtuarem o caminho essencial (seja ele qual for), perdem de vista o objectivo final, bem mais vasto que o seu enorme umbigo. A inocência e placidez (quase rural) do tuga deixa-se levar pela promessa de novos ganhos... e lá vamos nós.
O que vale, é que na história, o lobo é morto e bem morto pelo caçador, ke lhe abre a barriga com um corte certeiro, saltando de lá a velhota inteira, símbolo da sua gula desmedida e sem qualquer fim... nem um nutriente tirou à antiga senhora!
Tudo fica bem... como antigamente! Esperando novos lobos pelo caminho do bosque...
Uma história infantil por cada político de agenda infantil: discutem aspectos da vida de cada um como se de Bolicaus se tratassem - umas palmadas no rabo é o ke falta a esses cagões birrentos e ranhosos!
Era um taxi para o senhor marisqueiro enfadado, depressa...
At 4:21 da tarde, Anónimo said…
Continuamos a andar atrasados...Caso muitas tias embalsamadas em laca tivessem fácil acesso à pílula abortiva, talvez hoje não tívessemos marisqueiros e "padralhada, meninos de coro e outros ratos", nem "Darthes Mendes" (acho que o pequeno ditador do PSD dava um brutal Darth Vader:), talvez o Portas não fosse mais uma razão de desgosto para a sua família... Poupava-se tanto mal ao mundo com um comprimido tão pequenino!
At 10:04 da tarde, Anónimo said…
Bolas que tinham que voltar com a história do Capuchinho Vermelho!! Tou farto de dizer que a gaja era maior de idade e ra umaloba na cama!!
At 11:08 da tarde, Anónimo said…
Cão com Pulgas, Camarada e amigo co-redactor de outros tempos e outros blogues, preenches o meu ego com as tuas palavras amáveis.
Felizmente para mim fazes ainda mais do que isso com a argúcia com que escreves. Despertas em mim a esperança de um dia poder igualar a tua sagacidade e acima de tudo empreender nesse sentido.
Agora vamos ao que interessa.
Caro Lobo Mau, fui eu que ensinei a Capuchinho Vermelho a f*der.
(Não tens que agradecer)
Durante o processo a moça ficou prenhe e tivemos que ir a uma clínica espanhola tratar do assunto. Entre as portuguesas engravidadas, presentes nesse dia, estavam duas trabalhadoras do intendente e uma vendedora da Avon de Cascais. No cartão de crédito que pagou as três intervenções lia-se claramente "Dr José Ribeiro e Castro".
Estava ainda o Portas a queixar-se de uma pontada no anûs e que se necessária a intervenção seria para debitar no mesmo cartão.
Moral da história: - Quem tem cartões de crédito com plafond para pagar 3 abortos e uma enrabadela, não precisa da pílula do dia seguinte.
At 12:25 da manhã, Anónimo said…
Errata:
Na poia anterior onde se lê: "pílula do dia seguinte" deve ler-se "pílula abortiva".
At 1:22 da tarde, Anónimo said…
Como tudo seria melhor se a mão do Paulinho Portas tivess tomado a oílula no dia anterior a fabricar o pequeno monstrinho...ou que fosse adepta do mesmo tipo de sexo que o Paulito...
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