Céu invadido por não-baptizados

É a maior crise que o Céu sofre desde que Nietsche afirmou que tinha morto Deus. Sua Santidade o Papa Bento XVI prepara-se para abolir o Limbo, local entre o Céu e o Inferno para onde vão as crianças que não foram baptizadas. Espera-se um afluxo fora do normal para o Céu por parte de não-baptizados assim como a reacção daqueles que já lá moram.

Bento XVI prepara-se para abolir a figura do Limbo depois de esta ter vigorado nos ultimos mil anos. Estabelecida por São Tomás de Aquino, a figura do Limbo ainda é o local para onde vão as crianças que não receberam o Sacramento do Baptismo e que morrem antes de receber a graça do Senhor. Antes iam directamente para o Inferno sendo considerada como uma zona tampão entre o Céu e o Inferno. Na expectativa de tal mudança teológica começaram-se já a aglomerar um número imenso de crianças defuntas às portas do Céu. Tal só é comparável às filas de trabants junto da fronteira da Alemanha Ocidental nas vésperas da queda do Muro de Berlim.

Com tal afluxo de possíveis novos moradores no Céu temem-se já reacções violentas por parte daqueles que já lá moram. Muitos destes sentem-se assim injustiçados, pois na sua existência terrena viveram penosamente e muitos deles até morreram pela sua própria fé. Chamam à abolição do Limbo "uma passagem administrativa que lesa os direitos adquiridos", nas palavras do líder conservador daqueles que pretendem a manutenção do status quo, São Tomás de Aquino.

São Pedro, guardião das portas do Céu, tem tentado demover as crianças defuntas não-baptizadas de permanecerem nas imediações da entrada para o Céu. Sem grande sucesso, diga-se. As fronteiras do Céu têm sido patrulhadas por arcanjos de choque com vista a evitar uma possível invasão ao Paraíso por parte dos defuntos aí aglomerados.

Esperam-se desenvolvimentos para breve acerca desta nova crise. (Arroiters)