Farenheit 9/8
O momento do dia resumiu-se à imposão de duas das seis torres inacabadas da Torralta em Troia. Às quatro da tarde em ponto, num piscar de olhos as duas torres gémeas foram feitas em destroços abraçados por grandes nuvens de pó.
Com pompa, circunstância e mediatismo bacoco sua excelência o primeiro ministro fez desaparecer parte da maior aberração arquitectónia da Costa Alentejana. Obrigado!
Mas o que é que se vai seguir? Um empreendimento turístico composto de hoteis, apartoteis, um casino e um gasto de milhões de euros. As torres da Torralta há muito que por lá estavam a fazer comichões à vista poluindo os olhos de nativos e forasteiros.
Pessoalmente penso que mais prejudiciais que seis torres abandonadas será o futuro complexo turístico que leverá mais gente à peninsula de Troia e as futuras construções a fazer junto das linhas de água. Numa época em que se fala de protecção do meio ambiente e dos já raros golfinhos do estuário do Sado, degelo das calotes polares e maremotos parece-me que o Homem volta a fazer de conta que é Deus pensando que domina a Natureza. Engana-se.
Com pompa, circunstância e mediatismo bacoco sua excelência o primeiro ministro fez desaparecer parte da maior aberração arquitectónia da Costa Alentejana. Obrigado!
Mas o que é que se vai seguir? Um empreendimento turístico composto de hoteis, apartoteis, um casino e um gasto de milhões de euros. As torres da Torralta há muito que por lá estavam a fazer comichões à vista poluindo os olhos de nativos e forasteiros.
Pessoalmente penso que mais prejudiciais que seis torres abandonadas será o futuro complexo turístico que leverá mais gente à peninsula de Troia e as futuras construções a fazer junto das linhas de água. Numa época em que se fala de protecção do meio ambiente e dos já raros golfinhos do estuário do Sado, degelo das calotes polares e maremotos parece-me que o Homem volta a fazer de conta que é Deus pensando que domina a Natureza. Engana-se.
9 Comments:
At 6:31 da tarde, Unknown said…
O que se vai seguir meu caro, é algo em grande, muito grande, muito maior que nós possamos imaginar, muito maior do que nós possamos usufruir.
Quero ir a Troia o mais breve possivel, enquanto tenho dinheiro para lá ir. Porque depois, o acesso é reservado ao pato bravo. Acho (mais uma vez) curioso que os planos para o futuro passem pelo investimento em resorts, spas, campos de golfe e marinas, para o pato bravo vir largar a nota.
Assim é que é! Qualquer dia, Portugal será o país do mundo com maior densidade de campos de golfe e spas por km2.
Nessa altura mudaremos o nome da nossa nação para Patobravolândia!
Diz lá... já estivemos mais longe, não?
At 6:35 da tarde, Papa Ratzi said…
Nunca estivemos tão perto!
At 11:22 da tarde, Anónimo said…
Isso não me diz nada!quando tiver 120anos serei multimultimilionario.Entao ai venho da cova defrutar isto tudo!
At 8:52 da tarde, Anónimo said…
Parece-me que vão fazer de Tróia um novo Algarve, com tudo o que ele tem de mau. Em Portugal ainda não perceberam que não são só os empreendimentos turísticos que dão dinheiro mas que o turismo ambiental, para além de ser mais benéfico também gere lucros.
At 6:04 da tarde, carlos said…
1º de tudo para mim a Irmã tem razão. E turismo em Portugal tem de ser cada vez mais específico, rural se quiserem.
2º Estou a ficar um bocado farto do que vocês dizem acerca de estilos de vida que não são os vossos. Não são os meus também, confesso mas parece-me que fazem disso um cavalo de batalha. Percorrem,quanto a mim o percurso errático de associar estilos a convicções, quando apesar de ser assim às vezes, não o é sempre.
Auto-criticam-se sem disso darem conta.
Se não houvesse $ de certeza que não havia campos de golf nem spa's. Se eles não gerassem $ fechavam.
At 6:31 da tarde, Unknown said…
Ok. Eu tb concordo com a Irmã, o que não concordo é com a lógica de raciocínio seguida pelos empreendedores, e sim, se calhar é uma questão de estilos de vida que não são os meus, talvez por nunca ver nada construido em "meu" abono, ou em algo de que goste ou possa usufruir. É sempre a pensar em quem tem dinheiro, mas o pior não é isto, é depreender que toda a gente que tem dinheiro, quer jogar golfe e que todas as suas esposas querem ir para o Spa.
A lógica do: Implodiu-se, ok. ->Vamos construir,ok. -> Há investidor, há dinheiro,ok -> Vamos construir um campo de Golfe, Spa, hoteis e marinas, é que me destabiliza a cachimónia.
A ideia do turismo rural, dos passeios pedonais, da valorização da natureza ou de construção plural, a pensar em vários gostos, agrada-me bastante. Agora quando se pensa só num estilo de vida, que sim, não é o meu, discordo.
At 9:11 da tarde, Anónimo said…
Turismo rural em Tróia? Pagava pra ver...e cada um no seu poleiro. Os ricaços que fiquem com os hotéis de luxo e campos de golfe (se há tantos é porque a coisa dá dinheiro, dinheiro=emprego)e o pessoal que nao tem dinheiro que vá para os parques de campismo (como eu)que também é bom, desde que a praia esteja perto!
At 2:54 da tarde, Anónimo said…
Concordo Lobo Mau (devo tar doente...) É importante é que as praias não sejam privadas...
Agora, a discussão prende-se é com Liberdade! E só pode haver liberdade com diversificação Gostava de ir a um SPA! Não gostava de passar a vida num SPA! Gosto de poder ir ao Mc Donalds mas poder comer uma bela duma feijoada se me apetecer...
Tudo isto para dizer para alem dos campos de golfe, tambem são importantes as hortas de coves galegas por exemplo
At 9:28 da tarde, Anónimo said…
"Mas tu podes ir a um SPA! Eu posso ir a um SPA! Se tiveres em casa a cagar e tens um súbito desejo de caril e SPA...adivinha...podes ir!! O teu problema e o meu é que não temos dinheiro para ir á merda do SPA!!"
PS-Tirado de uma música de intervenção de 1975 de um cantor obscuro, que nunca chegou a ter sucesso, devido a ter ganho o totoloto e tornar-se um novo-rico (daqueles que compram mercedes tipo empreiteiro).
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