Caga Sentenças

Todo o Português caga a sua sentença. Neste espaço venho deixar a minha poia.

sábado, junho 18, 2005

Amanhã, não deixes de te manifestar.

Pega na toalha e nos putos, põe factor 8 na cana do nariz, embrulha a panela de pressão com o bacalhau com grão numa folha de jornal (nunca o JMG para não estragar o sabor da comida) e vai para a praia. Se foste quando era para votar no aborto, se o fizeste quando era para decidir da regionalização, da câmara, do governo e do presidente, agora mais do que nunca, também o deves fazer.
No Martim Moniz, em Lisboa, vai haver uma manif de contornos especiais, levada a cabo por pessoas especiais. Não falo de trissomia ou de Down, mas de racismo. Por isso deves manifestar-te "nas tintas" para o que eles querem dizer. Se a curiosidade mórbida te impelir a dar lá um salto, opta antes por ir para a estrada Viera-Marinha ver acidentes. O espectáculo é melhor.
Portugal precisa de tudo. De um governo que saiba como fazer o que diz querer fazer, um povo que queira aprender a ser povo, patrões que saibam merecer a responsabilidade de ser pai de muitas famílias e empregados que não sejam egoistas nas suas reinvindicações, que sejam mais comunitários e menos comunas. (mesmo aqueles que votam no PSD e no CDS), que sejam prácticos.
O que Portugal não precisa é de regressar à idade média e arranjar, à pressa, bodes expiatórios. Como cantou, um dia, José Mário Branco num delicioso tom de sarcasmo, "Todos somos culpados de alguma coisa em geral e de coisa nenhuma em particular. Somos uma nação de pecadores e de vendidos."
Querem arranjar culpados? Procurem-nos nos stands de usados a despacharem-se dos seus jipes. Procurem-nos em todos os portugueses que vibraram com o Euro 2004 e agora vêm dizer que a entrada no Euro foi dura. Em todos os palonços que podiam conhecer melhor o país onde vivem, mas preferem destinos de férias onde se sintam a raça eleita, a cultura mais civilizada ou simplesmente os mais ricos do mundo. Procurem culpados em quem tem andado a votar em programas políticos que redundam em mais cargos para os mesmos Boys e que, ano após ano, minam o aparelho dos Estado e a função pública com a boa velha intriga política. Procurem o Santana, mas sobretudo o Durão. Procurem o Guterres mas nunca se esqueçam do Cavaco. Peçam responsabilidades ao homem do tabu, com sorte ele responderá entre perdigotos de bolo-rei.
Eu estou pronto para pagar. Sim, digam-me qual é o buraco do cinto que eu encolho a barriga. Mas quero ver o meu ex-vizinho, que hoje conduz um Cayenne, apesar de não ter queimado as pestanas como eu, pagar pelos subsídios que recebeu. Quero ver primeiro, todos os especuladores imobiliários e os políticos que engordam a custa deles, chiarem de dor a cada cêntimo que lhes exigirem de imposto sobre a vida de fausto que me têm impunemente esfregado na cara. Quero ver os donos das suiniculturas do Lis a penar pela merda que fazem e os autarcas que arranjam desculpas tão malcheirosas penarem também. Quero saber que certos empresários foram dentro por tentarem roubar as máquinas que deviam pertencer aos trbalhadores, quando a fábrica foi deslocalizada. Quero ver a ganância e o lucro fácil fora de Portugal, erradicada! E nestas manifs alinho.
Eu pagarei quando sentir que isso me trará a justiça de volta, aquela que os meus pais me ensinaram.
Eu sofrerei quando vir Portugal a ganhar, e por muitos, em Justiça Social, Qualidade de Vida e Direitos Humanos.
Eu cravarei a porra da bandeira no parapeito, na lapela e na ponta da gaita, se for preciso, quando este país deixar de ser último em qualquer coisa.
Até lá, sou Dinamarquês, preto e achinezado.

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