Mulher dos Moldes
Não quero ser machista, nem entrar aqui numa de que as mulheres só servem para isto e para aquilo, e que os homens é que deviam fazer tricot, nada disso.
Porém, a ideia de uma mulher dos moldes parece me horrenda. Pior que camionista ou lenhadora, a ideia da mulher de volta do aço e da galgadora, ou da CNC não me parece nada atractiva, nem nada feminina.
Há dias entrou-me lá no estabelecimento uma mulher dos moldes.
Abanando não muito vigorosamente a sua peida badocha, cortando o vento com o pêlo do buço, foi se aproximando do balcão enquanto eu a esperava para a atender.
-"Voces têm fresas de 4 navalhas de 6mm em tungsténio?"- perguntou ela com a voz menos feminina e menos sexy ainda que já ouvi na vida. Respondi lhe que não, então pediu-me uns vedantes. Fui buscar, enquanto não voltava ela deambulava pela loja e tirava alicates e chaves de Umbrako, berbequins e rebarbadoras das prateleiras e voltava a po-los la. Experimentava tudo, com uma mão, enquanto a outra tirava o belo símio do nariz.
Quando voltei com o seu material ela voltou para o balcão. O buço era agora mais saliente e preto. Pousou os cotovelos no balcão, afastados, deixando escapar uma fragrância proveniente de alguém que não conhece o anglicismo "roll-on". Apeteceu-me vender-lhe Rexona, mas não estavamos no sitio certo. Apetecia dizer lhe um slogan do género: "Compre menina compre! Deo-Rexona, desodoriza desde o sovaco até as bordas da co... compre menina, compre!"
Surpreendentemente ela é casada. Tudo leva a crer que o marido também vista a bata azul e que galgue com força no aço. Imagino a conversa à hora de jantar:
-"Porra, hoje apanhei um pincel do caraças lá com os postiços pro molde 1324!"-diz ele.
-"E eu? E eu? Tava la a atarrachar umas peças, partiu se me o macho la dentro, foi um broche daqueles!"- Retorquia a mulher dos moldes.
Não bastava que estas pessoas estivessem casadas com os moldes, ainda vão casar com trabalhadores dos moldes, para partilharem o amor na oficina. "Grandes noites de sexo, no armazém da ferramenta, depois de por a CNC a trabalhar. Enquanto o programa corria, testavamos a teoria da bucha e da cavidade! Foi lá que fizemos o mai-novo!"
Não tardou muito para que este casal trocasse alianças e fizesse o pacto da unha do dedo mindinho, por muitos (os que trabalham no meio) apelidada como o "apalpa-folgas", ou seja este pacto consiste em deixar crescer a unha do dedo mindinho até que esta se parta.
Perguntam vocês, mas porquê? Por várias razões: uma delas deve ser meio "tribal", à semelhança daqueles povos africanos que põem aneis no pescoço, no pénis, nos lábios. Depois há uma explicação mais civilizada que é a poupança. Poupança em cottonetes, a unhaca escava e raspa toda a cera e poupa da mesma forma a chave do carro, que insistentemente era utilizada para a limpeza auricular. E há a função ja referida de apalpa-folgas em que o sr. dos moldes usa a unhaca para medir as centésimas de folga que as peças têm. Aposto que ajuda na bricolage quando se precisa limar umas arestas, cola um pouquinho de lixa na quina da unha e faz um trabalho de alta-precisão. Falava eu de pactos e uniões matrimoniais e ja estou a dar dicas de bricolage, este blog é do caraças...
Bem, já chega disto, não tarda muito tenho aqui gajos a ameaçarem-me com uma broca de 19,25, ou que me prendem a cabeça numa prensa e me maquinam a cara.
Despeço-me com uma potencial letra para uma musica com mais potencal ainda, dedicada à malta dos moldes que traz Jesus no coração (Respect, yo). Voces vão reconhecer a musica:
Fresar como Jesus fresou...
Furar como Jesus furou...
Justar como Jesus justou...
Tornear como Jesus torneou...
-sobe de tom-
Polir como Jesus polia...
Erudir como Jesus erudia...
e ao chegar ao fim do dia
sei que ficaria muito mais senil!!!
Abraço.
Porém, a ideia de uma mulher dos moldes parece me horrenda. Pior que camionista ou lenhadora, a ideia da mulher de volta do aço e da galgadora, ou da CNC não me parece nada atractiva, nem nada feminina.
Há dias entrou-me lá no estabelecimento uma mulher dos moldes.
Abanando não muito vigorosamente a sua peida badocha, cortando o vento com o pêlo do buço, foi se aproximando do balcão enquanto eu a esperava para a atender.
-"Voces têm fresas de 4 navalhas de 6mm em tungsténio?"- perguntou ela com a voz menos feminina e menos sexy ainda que já ouvi na vida. Respondi lhe que não, então pediu-me uns vedantes. Fui buscar, enquanto não voltava ela deambulava pela loja e tirava alicates e chaves de Umbrako, berbequins e rebarbadoras das prateleiras e voltava a po-los la. Experimentava tudo, com uma mão, enquanto a outra tirava o belo símio do nariz.
Quando voltei com o seu material ela voltou para o balcão. O buço era agora mais saliente e preto. Pousou os cotovelos no balcão, afastados, deixando escapar uma fragrância proveniente de alguém que não conhece o anglicismo "roll-on". Apeteceu-me vender-lhe Rexona, mas não estavamos no sitio certo. Apetecia dizer lhe um slogan do género: "Compre menina compre! Deo-Rexona, desodoriza desde o sovaco até as bordas da co... compre menina, compre!"
Surpreendentemente ela é casada. Tudo leva a crer que o marido também vista a bata azul e que galgue com força no aço. Imagino a conversa à hora de jantar:
-"Porra, hoje apanhei um pincel do caraças lá com os postiços pro molde 1324!"-diz ele.
-"E eu? E eu? Tava la a atarrachar umas peças, partiu se me o macho la dentro, foi um broche daqueles!"- Retorquia a mulher dos moldes.
Não bastava que estas pessoas estivessem casadas com os moldes, ainda vão casar com trabalhadores dos moldes, para partilharem o amor na oficina. "Grandes noites de sexo, no armazém da ferramenta, depois de por a CNC a trabalhar. Enquanto o programa corria, testavamos a teoria da bucha e da cavidade! Foi lá que fizemos o mai-novo!"
Não tardou muito para que este casal trocasse alianças e fizesse o pacto da unha do dedo mindinho, por muitos (os que trabalham no meio) apelidada como o "apalpa-folgas", ou seja este pacto consiste em deixar crescer a unha do dedo mindinho até que esta se parta.
Perguntam vocês, mas porquê? Por várias razões: uma delas deve ser meio "tribal", à semelhança daqueles povos africanos que põem aneis no pescoço, no pénis, nos lábios. Depois há uma explicação mais civilizada que é a poupança. Poupança em cottonetes, a unhaca escava e raspa toda a cera e poupa da mesma forma a chave do carro, que insistentemente era utilizada para a limpeza auricular. E há a função ja referida de apalpa-folgas em que o sr. dos moldes usa a unhaca para medir as centésimas de folga que as peças têm. Aposto que ajuda na bricolage quando se precisa limar umas arestas, cola um pouquinho de lixa na quina da unha e faz um trabalho de alta-precisão. Falava eu de pactos e uniões matrimoniais e ja estou a dar dicas de bricolage, este blog é do caraças...
Bem, já chega disto, não tarda muito tenho aqui gajos a ameaçarem-me com uma broca de 19,25, ou que me prendem a cabeça numa prensa e me maquinam a cara.
Despeço-me com uma potencial letra para uma musica com mais potencal ainda, dedicada à malta dos moldes que traz Jesus no coração (Respect, yo). Voces vão reconhecer a musica:
Fresar como Jesus fresou...
Furar como Jesus furou...
Justar como Jesus justou...
Tornear como Jesus torneou...
-sobe de tom-
Polir como Jesus polia...
Erudir como Jesus erudia...
e ao chegar ao fim do dia
sei que ficaria muito mais senil!!!
Abraço.
1 Comments:
At 10:39 da tarde, Anónimo said…
Ainda bem que as GAJAS DOS MOLDES são todas casadas... axo...
Enviar um comentário
<< Home